WASHINGTON - O senador republicano Mitt Romney (Utah) votou nesta quarta-feira, 5, pela condenação do presidente americano, Donald Trump, na acusação de obstrução de justiça no julgamento por sua destituição no Senado.
"O presidente é culpado de um abuso chocante da confiança pública", disse o ex-candidato à presidência em 2012 em um discurso no Senado, pouco antes da votação. "Corromper uma eleição para se manter no poder talvez seja a violação mais abusiva e destrutiva do juramento ao cargo de alguém que eu possa imaginar", disse Romney.
O senador foi o único republicano a condenar Trump, enquanto o Senado avaliou os artigos da Câmara dos Deputados, que pediam a destituição do presidente por abuso de poder e obstrução do Congresso.
Como previsto, Trump foi absolvido nesta quarta-feira. Embora o caso tenha dividido o país, não parece ter prejudicado a imagem do presidente entre os seus partidários, em um período crucial no qual busca a reeleição.
Trump foi denunciado ao Congresso pela maioria democrata da Câmara dos Deputados por abuso de poder e obstrução em dezembro. Após quase três semanas de audiências, ele foi absolvido por um Senado dominado pelos republicanos.
A Constituição americana exige a maioria de dois terços, o equivalente a 67 votos das 100 cadeiras do Senado, para que o presidente seja condenado. Trump sabia, por sua vez, que podia contar com o apoio de ao menos 52 dos 53 senadores republicanos.
A votação começou às 16h (em Washington, 18h de Brasília). "Donald Trump será absolvido para sempre", antecipou sua assessora Kellyanne Conway, em resposta aos democratas, para quem o presidente continuará sendo "acusado para sempre".
Os democratas queriam o impeachment de Trump por ele tentar forçar a Ucrânia a investigar seu possível oponente presidencial Joe Biden, com ameaças de bloqueio de US$ 391 milhões da ajuda militar crucial para este país em guerra, além de acusá-lo de tentar impedir a investigação do Congresso após essa denúncia.
Embora o encerramento do julgamento político não signifique o fim das investigações dos democratas contra o presidente, dá a Trump impulso em sua corrida pela reeleição, após um tumultuado primeiro mandato./AFP