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Senadora colombiana é afastada por elo com Farc

Mediadora da libertação de sequestrados, Piedad Córdoba teria trocado e-mails com guerrilha e dado instruções

Atualização:

BOGOTÁConsiderada uma das principais mediadoras entre o governo e a guerrilha na Colômbia, a senadora Piedad Córdoba foi destituída ontem pela Procuradoria-geral de Bogotá, acusada de colaborar e promover as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Além da destituição, a Justiça determinou que Piedad fique inelegível por 18 anos.Advogados da senadora prometeram lutar para reverter a decisão. Mas a medida, tomada pelo procurador-geral Alejandro Ordóñez, não é passível de apelação. O único recurso que Piedad pode fazer uso é submeter novamente o processo ao procurador-geral - o mesmo que decidiu sua "sanção disciplinar".Piedad não se pronunciou sobre a decisão.Desde janeiro de 2008, a senadora colombiana conseguiu que as Farc entregassem, unilateralmente, mais de dez políticos e militares mantidos como reféns na selva. O governo colombiano, porém, tem criticado a proximidade de Piedad com a guerrilha e com o presidente venezuelano, Hugo Chávez. Entre os crimes supostamente cometidos pela senadora, estaria a instrução a guerrilheiros de não divulgar vídeos de sequestrados, mas só gravações de voz. Piedad teria também "ultrapassado os limites legais", ao trocar mensagens com a guerrilha sob os codinomes "Teodora" e "La Negra".Segundo Ordóñez, parte das provas contra Piedad veio do computador de Raúl Reyes, o "chanceler" das Farc morto em território equatoriano há dois anos. A destituição teria sido finalmente autorizada com base em interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça entre líderes das Farc e a senadora, além de informações reveladas por Viktor Tomnyuuk, agente infiltrado que teve contato com o comandante da chamada "Frente 30", conhecido como "Mincho". / EFE

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