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Senadora muda voto e dificulta aprovação de projeto que legaliza o aborto na Argentina

Proposta precisa de pelo menos 37 votos para ser aprovada no Senado e prevê que aborto possa ser realizado até as primeiras 14 semanas de gravidez

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Por Redação
Atualização:

BUENOS AIRES - As perspectivas para a aprovação do projeto de lei que legaliza o aborto na Argentina diminuíram durante o final de semana, após uma senadora de oposição disse ter mudado de opinião e declarado que votará contra a medida quando o assunto for levado ao plenário nesta quarta-feira.

Ativistas vestidas como personagens do livro "O Conto da Aia", de Margaret Atwood, realizam ato no Parque de la Memoria, em Buenos Aires. Foto: AFP PHOTO / ALEJANDRO PAGNI

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O projeto propõe a ampliação do direito ao aborto, que na lei atual argentina é permitido apenas em casos de estupro ou quando a saúde da mãe está em risco. 

A proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados no mês passado, por 129 votos a 125. Desde então, ativistas religiosos, especialmente em partes rurais da Argentina, têm pressionado contra a medida, apoiada por feministas e grupos de direitos humanos estimulados nos últimos anos por esforços para acabar com a violência contra as mulheres.

Caso aprovada, a lei tornaria a Argentina o terceiro país da América Latina a legalizar amplamente o aborto, depois de Uruguai e Cuba.

A mudança de opinião da senadora Silvina García Larraburu leva a 37 a estimativa de votos contrários, representando a maioria no Senado, composto por 72 integrantes. Aliada da ex-presidente Cristina Kirchner, Silvina acusou o presidente Mauricio Macri de usar o debate sobre o aborto como uma distração para a economia instável do país, acusação negada pelo governo.

A senadora Silvina disse à mídia local que sua mudança de opinião também tem a ver com suas convicções "mais íntimas". O projeto de lei, que permitiria o aborto até as primeiras 14 semanas de gravidez, também pode ser alterado pelo Senado e enviado de volta à Câmara dos Deputados. / REUTERS

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