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Senadora Warren lidera em Estado-chave dos EUA; Beto O’Rourke desiste

A pesquisa traz sinais preocupantes para o ex-vice-presidente Biden, que já liderou as sondagens em Iowa

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Por Redação
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WASHINGTON - A campanha presidencial da senadora democrata Elizabeth Warren recebeu nesta sexta-feira, 1º, uma boa notícia. Segundo pesquisa New York Times e Siena College com os principais nomes do partido, ela lidera as intenções de voto no Estado de Iowa, que inaugura a temporada de primárias nos EUA – a votação está marcada para 3 de fevereiro.

Com 22%, Warren aparece à frente do senador Bernie Sanders, que tem 19%, do prefeito de South Bend, Pete Buttigieg, com 18% e do ex-vice-presidente Joe Biden, com 17%. Segundo análise do New York Times, Warren consolidou sua vantagem no Estado, enquanto Buttigieg subiu, encostando em Sanders e ultrapassando Biden, que vem caindo bastante desde que seu nome se tornou alvo de Donald Trump – o inquérito de impeachment começou quando o presidente pressionou o governo da Ucrânia a investigá-lo. 

A pré-candidata presidencial Elizabeth Warren é abraça por eleitores no Iowa Foto: Scott Olson/Getty Images/AFP

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A pesquisa traz mais sinais preocupantes para Biden, que já liderou as sondagens em Iowa. Ele ainda lidera a maioria das pesquisas nacionais, mas sua quarta posição no primeiro Estado das prévias pode representar uma ameaça a sua candidatura. Sua instabilidade agora parece abrir caminho para outros democratas mais próximos do centro, particularmente Buttigieg.

A pesquisa revela uma corrida em fluxo, mas não em confusão, guiada por um forte debate sobre a direção que deve seguir o Partido Democrata em meio às dificuldades de Biden. Nos primeiros Estados onde ocorrerão as primárias, pelo menos, Biden parece estar sendo engolido pelo populismo de Warren e Sanders, de um lado, e pelos pedidos de Buttigieg por uma renovação geracional, do outro. 

Relembre: Trump chama senadora democrata de 'Pocahontas'

Embora nenhum candidato tenha uma vantagem decisiva, as correntes mais fortes do partido parecem se voltar para candidatos que prometem maneiras diferentes de desafiar a ordem política vigente. 

Vários deles também representariam mudanças em virtude de suas identidades, incluindo Warren, que seria a primeira mulher presidente, e Buttigieg, que é homossexual assumido. Mas, apesar da diversidade histórica entre eles, todos os principais candidatos são brancos. 

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Em Iowa, um Estado que ajudou a colocar Barack Obama na presidência, a pesquisa encontrou um bloco importante de eleitores democratas preocupado com o fato de que talvez um homem branco heterossexual não seja capaz de derrotar o presidente Trump. 

No cenário atual, Warren e Sanders correm na mesma pista, disputando os votos da esquerda progressista do partido. Do outro lado, como centristas moderados, estão Biden e Buttigieg, que apresenta uma mistura: ele é gay, mas extremamente religioso.

Beto O'Rourke Foto: AP Photo/Michael Wyke

Perdidos entre os dois espectros do partido estão outros pré-candidatos como as senadoras Kamala Harris e Amy Klobuchar. Ninguém, porém, rompe a barreira dos 5%. Hoje, a dificuldade em se descolar do pelotão de trás levou o ex-deputado texano Beto O’Rourke a desistir da disputa.

"Ainda é difícil de aceitar, mas agora está claro que esta campanha não tem os recursos para prosseguir com sucesso. Meu serviço ao país não será como candidato ou indicado", declarou O'Rourke.

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Assitência à saúde

Ao ser cobrada a dar explicações sobre sua proposta, Warren propôs hoje um plano para a assistência de saúde no país, conhecido como Medicare for All, de US$ 20,5 trilhões, sem aumentar impostos para a classe média - seus críticos a atacaram por não explicar como ela pagaria para oferecer esse serviço. 

Ao mesmo tempo, explicou, passaria a impor novos e significativos impostos às empresas e aos ricos que ajudariam a financiar o projeto. A proposta de reforma do sistema de saúde dos EUA enfrenta o escrutínio dos oponentes democratas mais moderados de Warren, que questionam a praticidade do Medicare for All. 

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O Medicare for All substituiria o seguro de saúde privado, incluindo planos pagos pelo empregador, a cobertura total patrocinada pelo governo, e os usuários não precisariam mais pagar prêmios, franquias, coparticipações ou outros custos diretos./ NYT e REUTERS 

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