Senadores americanos propõem sanções e ajuda humanitária à Venezuela 

Projeto de lei bipartidário também ordena ao Departamento de Estado e às agências de inteligência um relatório com um 'anexo sigiloso' sobre o envolvimento de funcionários venezuelanos no narcotráfico

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Por Redação
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WASHINGTON - Um grupo de senadores americanos, republicanos e democratas, apresentou nesta quarta-feira, 3, um projeto de lei para atender a crise na Venezuela, que inclui, entre outras medidas, sanções contra funcionários corruptos e uma milionária ajuda humanitária.

O senador Marco Rubio volta ao Senado após desistir de sua campanha pela indicação do Partido Republicano à Casa Branca Foto: REUTERS/Gary Cameron

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O projeto de 27 páginas é conduzido pelo vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores, o senador democrata Ben Cardin, e seu colega republicano Marco Rubio, um forte crítico de Caracas que lidera a subcomissão para o Hemisfério Ocidental.

Outros sete pesos pesados do Senado apoiam a legislação que busca "fornecer ajuda humanitária aos venezuelanos, apoiar uma coordenada resposta multilateral aos desafios políticos e humanitários, e defender uma governabilidade democrática e combater a arraigada corrupção em Venezuela".

O projeto tenta modificar uma lei sobre a Venezuela de 2014 ampliando sanções a funcionários que "prejudicam a governança democrática" e estejam ligados a casos de corrupção, como estava previsto em um decreto-executivo de 2015, do então presidente Barack Obama.

Também ordena ao Departamento de Estado e às agências de inteligência um relatório com um "anexo sigiloso", sobre o envolvimento de funcionários venezuelanos no narcotráfico.

Os senadores autorizam US$ 10 milhões ao Departamento de Estado para enviar remédios e alimentos à Venezuela por meio de organizações civis, e oferecer assistência técnica para melhorar a distribuição de bens básicos nesse país.

Também expressam apoio para avançar na "independência energética do Caribe", uma medida para cortar a dependência do fornecimento de petróleo venezuelano em condições financeiras preferenciais.

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O projeto de lei também pede que o presidente dos EUA, Donald Trump, tome todas as medidas necessárias para evitar que a Rosneft, estatal petroleira da Rússia, adquira o controle de qualquer infraestrutura de energia dos EUA.

A Rosneft vem ganhando terreno na Venezuela porque o país está carente de divisas. No ano passado, a estatal petroleira venezuelana PDVSA usou 49,9% de suas ações em sua subsidiária americana, Citgo, como garantia para um financiamento de empréstimo da Rosneft.

No total, a Rosneft emprestou à PDVSA entre US$ 4 e 5 bilhões. Recentemente, Rubio manifestou sua inquietude sobre a possibilidade de a Rosneft adquirir o controle da Citgo. 

A medida chega no momento em que a comunidade internacional mostra dificuldade para reagir à profunda crise econômica e aos protestos de rua no país sul-americano, que é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Assessores do Senado dos EUA disseram que o projeto de lei pretende reagir à crise trabalhando com países das Américas e com organizações internacionais, e não unilateralmente, ao mesmo tempo em que visa algumas das causas centrais da crise e defende os direitos humanos.

As autoridades americanas vêm relutando para se expressar de forma muito explícita sobre a Venezuela, cujos líderes acusam Washington de ser a verdadeira força por trás da oposição ao governo de esquerda do país. / AFP e Reuters 

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