''''Senhor Bom Senso'''' quer acalmar ânimos

Futuro premiê compromete-se em ''''fechar feridas'''' abertas por escândalos

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Por Efe
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Yasuo Fukuda, de 71 anos, assume a liderança do governista Partido Liberal Democrático (PLD) - e, conseqüentemente, do governo japonês - com a missão de acalmar os ânimos políticos do país, após as turbulências registradas no ano em que o intempestivo primeiro-ministro Shinzo Abe exerceu o cargo. Conhecido como ''''Senhor Bom Senso'''' - em razão de seu caráter pragmático e imagem de honestidade e correção - o futuro premiê pertence a uma tradicional família da elite política do país. O pai dele, Takeo Fukuda, foi primeiro-ministro entre 1976 e 1978. Fukuda foi secretário de gabinete e principal porta-voz do governo do antecessor de Abe, Junichiro Koizumi. Em setembro de 2006 foi considerado um forte concorrente ao posto, mas preferiu não concorrer alegando que sua avançada idade não o qualificava para o desafio do cargo. Quando anunciou sua candidatura à eleição para a liderança do PLD, importantes facções do partido vieram rapidamente em seu apoio. Em termos de política externa, Fukuda é visto como um moderado que rejeita as políticas mais audaciosas de Abe, como a de reformar a Constituição pacifista do Japão para facilitar o envio de militares ao exterior. Ele tem ressaltado a necessidade do manter laços cordiais com a China e prometeu não mais visitar o controvertido santuário de Yasukuni, visto pelos vizinhos do Japão como um símbolo do passado militarista do país. Também tem adotado posições mais flexíveis em relação à Coréia do Norte para resolver a rixa sobre os cidadãos japoneses seqüestrados por Pyongyang no fim da década de 70 e início da de 80. Fukuda é a favor da continuidade da missão naval do Japão no Oceano Índico para reabastecer navios de guerra que estão prestando apoio à guerra no Afeganistão. Sobre questões domésticas, Fukuda prometeu renovar o debate sobre a permissão para que mulheres possam ascender ao trono imperial e se comprometeu a restabelecer a confiança no governo, abalada por uma série de escândalos de corrupção. ''''Precisamos cuidar das profundas feridas abertas em nosso partido'''', diz.

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