Senhores da guerra somalis aceitam se desarmar

Em reunião com o presidente marcada por um confronto que deixou seis mortos, chefes de clãs locais disseram que irão se integrar a um novo Exército nacional

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Por Agencia Estado
Atualização:

Parte dos senhores da guerra que durante anos combateram entre si na Somália concordaram em se desarmar e se juntar a um novo Exército nacional, afirmou nesta sexta-feira um funcionário do governo. Mas a violência na capital no mesmo dia do anúncio mostrou o desafio que será trazer a ordem de volta e estabelecer uma autoridade real neste país conflituoso e fortemente armado. O anúncio se seguiu à reunião entre o presidente Abdullahi Yusuf e os senhores da guerra, que continuou mesmo com a batalha entre integrantes de uma dos clãs e forças do governo, do lado de fora da residência presidencial. Homens armados lançaram foguetes e trocaram tiros brevemente com soldados do governo. Os confrontos, os quais, de acordo com um combatente, foram provocados por uma disputa sobre onde estacionar um carro blindado, deixaram pelo menos seis mortos e dez feridos. A derrota do movimento islâmico fundamentalista, que controlou a maior parte da Somália nos últimos seis meses, por parte das tropas do governo somali com o apoio de soldados etíopes, permitiu que o enfraquecido governo de transição somali, apoiado pelas Nações Unidas, entrasse na capital, Mogadiscio, pela primeira vez desde que foi estabelecido, em 2004. Além das divisões dos clãs, o ressentimento em relação à intervenção da Etiópia e os membros remanescentes do movimento islâmico também devem prejudicar o governo ainda por algum tempo. "Os senhores da guerra e o governo concordaram em colaborar pelo restabelecimento da paz na Somália", disse o porta-voz do governo, Abdirahman Dinari. "O governo ficará responsável pelas milícias; as treinará como forças nacionais e as reabilitará", completou Dinari. A insegurança reina em Mogadiscio desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi derrubado, o que emergiu o país no caos e na anarquia. Desde o início da semana, houve pelo menos quatro ataques contra as forças governamentais e seus aliados etíopes, onde mais de cinco pessoas morreram, segundo fontes médicas.

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