A sentença do julgamento contra a líder opositora birmanesa e prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi será conhecida na próxima sexta-feira, dia 31, anunciou hoje o juiz do caso após concluir a última vista do processo em Yangun (Mianmar).
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Suu Kyi é acusada de ter violado as condições da prisão domiciliar que cumpria desde 2003 por acolher um cidadão americano em sua casa. Caso seja considerada culpada, será condenada a até cinco anos de prisão.
O processo judicial contra Suu Kyi foi movido por Governos de todo o mundo, algo que a Junta Militar birmanesa considera como uma ingerência em seus assuntos internos.
Mianmar é uma ditadura militar desde 1962 e não celebra um processo eleitoral democrático desde 1990, quando o partido de Suu Kyi obteve uma vitória arrasadora que jamais foi aceita pelos generais.
A líder oposicionista passou quase 14 dos últimos 20 anos sob algum tipo de detenção.
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A líder da oposição em Mianmar, Aung San Suu Kyi, ganhou o prêmio de mais prestígio que pode oferecer a Anistia Internacional pela sua defesa dos direitos humanos, anunciou na segunda-feira, 27, o cantor Bono diante de 80 mil espectadores.
Horas antes, o grupo de defesa dos direitos humanos disse que esperava que o Prêmio Embaixador da Consciência ajudaria a protegê-la em momentos em que enfrenta a possível sentença de cárcere.
"Seu delito é que, se estivesse livre para participar em eleições, as ganharia. Esta semana a força bruta que a mantém encarcerada decidirá se passa os próximos cinco anos na cadeia", afirmou o líder do grupo U2 durante o concerto, e acrescentou que deseja que deseja que a mais recente honra internacional outorgada a Suu Kyi "ajude-a a mantê-la a salvo".
O partido de Suu Kyi, a Liga Nacional pela Democracia, ganhou as eleições nacionais em 1990, mas os militares se negaram a deixá-la no poder. Em 1998 lhe foi outorgado o prêmio Nobel da Paz, apesar de ela estar sob prisão domiciliar nos últimos 14 anos.
Suu Kyi, de 64 anos, é julgada por dar abrigo a um norte-americano que foi até sua casa sem ser convidado. A ofensa de violar as normas de detenção domiciliar acarreta uma possível sentença de cinco anos de prisão, e foi proibida a presença de diplomatas estrangeiros em partes cruciais do processo.
Os partidários de Suu Kyi acusam a junta militar de Mianmar de buscar pô-la atrás das grades até depois das eleições programadas para 2010.