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Separatistas bascos se dizem surpresos com bomba do ETA

Braço político do ETA não endossa, mas também não condena ataques

Por Agencia Estado
Atualização:

O partido considerado pelo governo espanhol como o braço político do grupo guerrilheiro basco ETA disse na quarta-feira que foi pego de surpresa pela explosão de um carro-bomba no sábado, o que levou o governo a encerrar um processo de paz no país. As equipes de resgate no aeroporto de Madri encontraram na quarta-feira o corpo de um dos dois imigrantes equatorianos que estariam dormindo em seus carros no momento da explosão, que também deixou 19 pessoas feridas. O Ministério do Interior disse que Carlos Alonso Palate, de 35 anos, foi encontrado em seu carro coberto por um lençol. "Acho que ninguém esperava um ataque como o de Madri", disse Joseba Alvarez, membros do Batasuna, à rádio basca em uma declaração que muitos podem interpretar como sinal de divisões dentro do movimento de independência da região. O governo interrompeu as tentativas de diálogo com o ETA após a explosão, que destruiu um estacionamento no aeroporto internacional da capital. Este foi o primeiro ataque do ETA que custou vidas em mais de três anos, e encerrou um cessar-fogo de nove meses. O governo espanhol vê o Batasuna como braço político do ETA. O partido, que é banido, recusa-se a admitir ligações com as guerrilhas ou a condenar seus ataques, nos quais mais de 800 pessoas morreram em quatro décadas de confrontos separatistas. Uma divisão entre o Batasuna e o ETA pode complicar ainda mais as tentativas de negociar uma solução ao conflito basco. O ETA não assumiu a responsabilidade pelo ataque, apesar de o governo ter dito que uma das três ligações de alerta recebidas durante a hora anterior à explosão foi reivindicada pela guerrilha. A última vez em que pessoas morreram em um ataque do ETA foi em maio de 2003, quando um carro-bomba matou dois policiais na cidade de Sanguesa.

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