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Separatistas da Ossétia do Sul atacam helicóptero georgiano

Segundo a comandante do batalhão georgiano das forças mistas de paz na região separatista, o avião aterrissou e ninguém ficou ferido

Por Agencia Estado
Atualização:

Um helicóptero georgiano que foi atacado neste domingo por separatistas da Ossétia do Sul não foi abatido e aterrissou na área georgiana do território, disse Pata Bedianashvili, comandante do batalhão georgiano das forças mistas de paz na região separatista. Nenhum dos tripulantes do aparelho ficou ferido, acrescentou. Pouco antes, as forças separatistas da Ossétia do Sul disseram que tinham derrubado um helicóptero georgiano, embora tivessem admitido que os restos do mesmo ainda não tinham sido encontrados já que a queda teria ocorrido em uma "área montanhosa, coberta por florestas". O aparelho, um MI-8 de fabricação soviética, caiu perto da cidade de Isakykau, na região de Znauri, e, de acordo com as primeiras informações, toda a tripulação havia morrido, disse Irina Gogloyeva, porta-voz oficial do regime separatista. "Apesar das reiteradas advertências, nos últimos dois meses os casos de violação do espaço aéreo por aviões militares e helicópteros de combate georgianos aumentaram", explicou Gogloyeva, acrescentando que o aparelho foi atacado pelas "forças antiaéreas da Ossétia do Sul". Segundo a porta-voz, os pilotos receberam ordens para mudar de rota ou aterrissarem. Depois, foram feitos disparos de advertência. Só depois de a tripulação ter ignorado todas essas ações, o helicóptero foi atacado. O ministro da Defesa da Ossétia do Sul, o general russo Anatoli Barankevich, explicou que a decisão de derrubar o helicóptero infrator foi adotada porque nos últimos cinco meses a parte georgiana violou o espaço aéreo 240 vezes. O porta-voz oficial georgiano, Shota Jizanishvili, confirmou o ataque ao helicóptero, que, disse, pertence ao Ministério do Interior, e não à Força Aérea. Por sua vez, a porta-voz da Defesa, Nana Intskirveli, não confirmou nem desmentiu o ocorrido, mas disse que, se realmente aconteceu, é "uma grosseira e desafiante provocação". Os analistas locais prevêem um agravamento da situação entre a Geórgia e a região separatista, para onde estão convocadas eleições presidenciais em 12 de novembro. A Ossétia do Sul, que na época da URSS foi região autônoma da Geórgia, se proclamou independente desta em 1990 e declarou seu objetivo de se integrar à república russa da Ossétia do Norte. As disputas entre Geórgia e Ossétia do Sul resultaram em um conflito armado que causou a morte de mil pessoas e o êxodo de dezenas de milhares de refugiados entre 1989 e 1992. Para superar o conflito, o governo de Tbilisi oferece agora à Ossétia do Sul um nível de autonomia não inferior ao da Ossétia do Norte dentro da Rússia, oferta que foi rejeitada pelos separatistas. Na área disputada há uma força mista de paz, formada por três batalhões - um russo, um georgiano e um da Ossétia do Sul -, que somam 1.500 homens.

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