DAMASCO - Seis atentados reivindicados pelo Estado Islâmico (EI) nesta segunda-feira, 5, em áreas controladas pelo governo de Bashar Assad e em uma província controlada por forças curdas deixaram dezenas de mortos e feridos, segundo informações da imprensa estatal síria e da ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Nas áreas sob controle do governo, as explosões foram registradas na manhã desta segunda nas cidades de Homs e Tartous e em uma estrada que dá acesso a um vilarejo a oeste da capital, Damasco. Já no território dominado pelos curdos, os ataques aconteceram em Qamishli e Hasaka, no nordeste da Síria.
Um site de propaganda vinculado ao extremistas do EI afirmou que todas as ações foram executadas por suicidas do grupo com o objetivo de atingir o governo local e as forças de segurança curdas. Na internet, o site divulgou uma lista com o nome dos responsáveis pelas ações.
O governo sírio afirmou que os ataques são uma resposta dos extremista à captura, no domingo, pelo Exército e seus aliados de um distrito da cidade de Alepo, dominado pelos insurgentes em agosto, restabelecendo o cerco a partes da cidade controladas pelos rebeldes.
O Estado Islâmico não está presente em Alepo, segundo fontes dos insurgentes, mas outros grupos rebeldes tradicionais e facções islamitas radicais estão, incluindo a Jabhat Fateh al-Sham, que até julho era chamada de Frente Al-Nusra e era formalmente afiliada à Al-Qaeda.
Os ataques. Duas explosões atingiram a ponte Arzouna, na entrada de cidade de Tartous, matando 35 pessoas segundo informações do OSDH. O número de vítimas também foi confirmado por uma autoridades de saúde da cidade.
A televisão estatal síria afirmou que a primeira explosão foi causada por um carro-bomba enquanto que o segundo ataque foi realizado por um suicida que detonou um cinturão de explosivos enquanto equipes de resgate atendiam as vítimas do primeiro incidente.
A cidade de Homs foi atacada também com um carro-bomba na rotatória Bab Tadmur, na entrada para o bairro de al-Zahra, matando três pessoas, informou a mídia estatal. O observatório afirmou que a explosão em Homs atingiu um ponto de checagem do Exército, matando quatro oficiais.
Já a oeste da Damasco foi registrada uma explosão na entrada da cidade de al Saboura, em uma estrada que dá acesso à rodovia Beirute-Damasco, matando uma pessoa e ferindo três, de acordo com um comandante da polícia citado pela imprensa estatal.
Um chefe de polícia local disse que três homens foram parados em um carro pelas forças de segurança. "O motorista foi morto e os outros dois saíram do carro e detonaram os cinturões explosivos, matando uma pessoa." O Observatório disse que três pessoas morreram na explosão Saboura.
Já nos territórios controlados pelas forças curdas, uma moto foi detonada na cidade de Hasaka, matando cinco pessoas, incluindo três membros da força de segurança conhecida como Asayish, afiliada do YPG, disse o Observatório.
A milícia curda YPG, uma parte crucial da campanha na Síria contra o EI apoiada pelos EUA, assumiu o controle quase total da cidade de Hasaka no final de agosto após uma semana de luta com forças do governo. O YPG controla porções do norte da Síria, onde grupos curdos estabeleceram uma região autônoma de facto desde o início da guerra síria, em 2011.
Ainda segundo o OSDH, o último caso foi registrado na cidade de Qamishli, onde uma granada foi detonada, mas ninguém teria se ferido. O site ligado ao EI diz, no entanto, que sete membros das forças de segurança curdas foram mortos ou feridos. / REUTERS