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Sérvia extradita Karadzic para Haia

Medida é adotada após dia de violentos protestos de ultranacionalistas partidários do ex-líder servo-bósnio

Por Reuters e Belgrado
Atualização:

A Sérvia extraditou na madrugada local de hoje o ex-líder servo-bósnio Radovan Karadzic para o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII), em Haia, Holanda, onde será julgado por crimes de genocídio cometidos durante a Guerra da Bósnia (1992-95), informaram fontes do governo em Belgrado. Escoltado por agentes mascarados do serviço secreto sérvio, Karadzic foi levado às 3h45 (22h45 de ontem em Brasília) de uma prisão em Belgrado para o aeroporto e colocado num avião com destino à Holanda, disseram as fontes. Karadzic, capturado na semana passada, responderá por duas acusações de genocídio: uma pelo cerco de 43 meses a Sarajevo e outra pelo massacre, em 1995, de 8 mil muçulmanos bósnios por forças servo-bósnias na cidade de Srebrenica - a maior atrocidade na Europa desde a 2ª Guerra. Ontem, a polícia sérvia usou gás lacrimogêneo e balas de borracha para controlar extremistas que protestavam contra a decisão de extraditar Karadzic. Pelo menos 28 manifestantes e um policial ficaram feridos. Imagens de TV mostraram ultranacionalistas mascarados atirando pedras e escombros contra a polícia. Cantando hinos nacionalistas e carregando fotos de Karadzic, milhares de extremistas tomaram a Praça da República, no centro da capital, para demonstrar apoio ao genocida. A expectativa do ultranacionalista Partido Radical era a de que o protesto reunisse 100 mil manifestantes, mas autoridades estimaram que apenas 15 mil participaram. Ainda ontem, a Corte de Crimes de Guerra da Bósnia, em Sarajevo, condenou sete ex-policiais servo-bósnios por genocídio, por suas ações no massacre de Srebrenica. Juízes condenaram três dos ex-policiais a 42 anos de prisão, três a 40 anos e o último a 38 anos.

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