Serviço secreto ficará sem verba para proteger Trump e família
Agência federal pediu ao Congresso autorização para exceder orçamento; viagens do presidente, mulher e filhos sobrecarregaram agentes
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Por Lisa Rein
Atualização:
WASHINGTON - O serviço secreto americano informou nesta segunda-feira que só terá dinheiro suficiente para cobrir os custos da proteção ao presidente dos EUA, Donald Trump, e à família dele até o fim de setembro. Depois desse período, a agência federal ficará sem verba para pagar os salários e as horas extras a menos que o Congresso intervenha.
Se os deputados não aprovarem um novo orçamento, cerca de um terço dos agentes trabalhará sem receber suas horas extras, disseram funcionários.
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"O serviço secreto estima que cerca de 1.100 funcionários trabalharão horas a mais durante este ano", disse o diretor Randolph "Tex" Alles em um comunicado. "A agência tem trabalhado de perto com o Departamento de Segurança Interna, o governo e o Congresso nos últimos meses para encontrar uma solução legislativa."
A verba deveria durar até o fim de dezembro, mas a proteção do presidente e dos vários membros da primeira-família, que têm viajado muito para negócios e férias, sobrecarregou o serviço secreto, os governos locais e pelo menos uma agência federal - a Guarda Costeira.
As viagens de fim de semana do presidente e da primeira-dama para seu resort Mar-a-Lago em Palm Beach, Flórida, ou seu clube de golpe em Bedminster, New Jersey, ampliaram os gastos dos contribuintes e as complicações para o governo. O serviço secreto também precisa garantir a segurança para os quatro filhos adultos de Trump. Segundo Alles, nos últimos anos, frequentemente o serviço secreto obteve do Congresso permissão para exceder seu orçamento. Isso ocorreu em 2016, durante o último ano de Barack Obama na presidência.
No entanto o trabalho para o pessoal de segurança aumentou demasiado no governo Trump. O serviço secreto agora protege 42 pessoas 24 horas por dia, 11 a mais do que no governo Obama. Só da família do presidente há 18 pessoas que recebem proteção.
Desde que Trump assumiu o governo, o presidente tem realizado eventos sempre com a presença de muitas pessoas - como o jantar de trabalho com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e convidados em Mar-a-Lago - o que exige proteção extra, como a da Guarda Costeira. Seus quatro filhos adultos, noras e genros também têm feito muitas viagens que afetaram os gastos da segurança. Eric e Don Jr., filhos de Trump, viajaram este ano para os Emirados Árabes Unidos para participar da inauguração do resort e clube de golf da rede Trump Beverly Hills Dubai, cerca de 8 mil quilômetros dos EUA.
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A primeira-dama, Melania, por sua vez, permaneceu os cinco primeiros meses do ano em Nova York com seu filho Barron, o que exigiu segurança extra na Trump Tower, residência da família.
Por décadas as famílias presidenciais têm recebido proteção 24 horas sem restrição de verbas. Cada presidente trouxe um novo desafio aos serviços de segurança, dependendo do seu estilo de vida. George W. Bush viajava com frequência para sua fazenda no Texas. Obama ia regularmente para Martha's Vineyard e seu Estado-natal,o Havaí. Os gastos referentes às viagens de Obama teriam totalizado US$ 97 milhões em seus dois mandatos.
O serviço secreto, afetado por reduções de orçamento, pediu US$ 60 milhões a mais em seu orçamento para o próximo ano para proteger a família Trump.
Segundo documentos obtidos pelo Washington Post, cerca de metade do valor adicional, US$ 26,8 milhões, serão usados para proteger a família Trump e sua residência particular em Nova York, enquanto US$ 33 milhões serão gastos nos custos das viagens de Trump e seu vice, Mike Pence.
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