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Sete pessoas sobrevivem a desastre aéreo na Nigéria

Quase 100 pessoas morreram; entre as vítimas fatais está o sultão Muhammadu Maccido, líder dos cerca de 70 milhões de muçulmanos nigerianos

Por Agencia Estado
Atualização:

Sete pessoas sobreviveram à queda do Boeing da companhia nigeriana ADC (Aviation Development Company) em Abuja, capital da Nigéria. A aeronave, que levava 104 pessoas e seguia para a cidade de Sokoto, no norte do país, caiu logo após decolar matando entre 96 e 99 pessoas. O acidente colocou em dúvida a segurança aérea no país mais povoado da África. Ainda não há informações precisas sobre a causa do acidente, mas fontes do aeroporto de Abuja disseram à agência EFE que o piloto do avião teria desrespeitado uma ordem da torre do controle, que pedira que ele esperasse o término de uma forte tempestade que atingia a cidade. Ainda segundo os funcionários do aeroporto, os três vôos que tinham previsão de deixar o aeroporto no horário do acidente receberam a instrução de esperar uma melhora nas condições meteorológicas. Embora dois dos aviões tenham esperado, o piloto do vôo da ADC pediu permissão para sair e esperar na cabeceira da pista. No entanto, ao invés de seguir esperando, ele decidiu levantar vôo. As informações sobre o número de sobreviventes e mortos também não são definitivas. Segundo a EFE, inicialmente oito pessoas sobreviveram e 95 morreram. Um dos sobreviventes, no entanto, morreu em decorrência dos ferimentos. Já de acordo com a Reuters, apenas cinco pessoas teriam sobrevivido, enquanto 99 estariam mortos. O Boeing caiu a dois quilômetros do aeroporto de Abuja, em meio a uma forte tempestade que, aparentemente, fez o piloto perder o controle logo após a decolagem. Apesar de haver sobreviventes, alguns dos feridos estão em estado grave, e correm risco de morte. Vítimas ilustres Entre as vítimas fatais da tragédia está o sultão da cidade de Sokoto, Muhammadu Maccido, líder dos cerca de 70 milhões de muçulmanos nigerianos e um dos mais respeitados dirigentes tradicionais do país. Segundo fontes do governo nigeriano, também estavam no avião dois senadores, um deles filho de Maccido, assim como dois netos do sultão. Servidores públicos de Sokoto, que fica no norte do país, também estavam na avião. Fontes do Hospital Nacional de Abuja disseram que três filhas do governador da província de Kogi, Ibrahim Idris, estão entre os sobreviventes. O político teria sido visto na sala de emergência do hospital doando sangue. Os outros feridos também foram levados para esse hospital. Até o momento, não foi confirmado se a aeronave era um Boeing 737 ou um 727, modelos que a ADC possui em sua frota. Quando soube do acidente, o presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, ordenou uma investigação para determinar as causas do acidente aéreo. "O presidente Obasanjo está profundamente comovido", disse a porta-voz da presidência, Remi Oyo, na localidade de Ota, perto de Lagos, onde o governante passa o fim de semana. Acidentes contantes País mais populoso da África, com 130 milhões de habitantes, a Nigéria é conhecida pela falta de segurança nos vôos das companhias locais, que já causaram centenas de mortes. Em outubro de 2005, um avião da Bellview se acidentou perto de Lagos e 117 pessoas morreram. Dois meses depois, 107 pessoas morreram no acidente de um DC-9 da companhia Sosoliso, perto da cidade de Port Harcourt, no sul do país. Em setembro de 2006, 13 chefes e oficiais das Forças Armadas, incluindo dez generais, morreram quando um avião da Força Aérea no qual viajavam caiu na província central de Benue. Estes acidentes obrigaram as autoridades a aplicar novas medidas de segurança, as quais levaram à retirada de circulação das aeronaves que não estavam em boas condições e à implementação de revisões regulares. Os acidentes aumentaram depois da privatização do setor, nos anos 80. O acidente com maior número de mortes foi o do Boeing 727 da mesma ADC, ocorrido em 1996. A aeronave caiu perto de Lagos, principal cidade do país. Os 142 passageiros à bordo morreram.

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