
11 de novembro de 2009 | 09h16
A Coreia do Sul afirmou nesta quarta-feira, 11, que está pronta para deter qualquer retaliação da Coreia do Norte por conta do primeiro confronto entre os dois países em sete anos. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou que o incidente não afetará a decisão do governo americano de enviar um diplomata para iniciar as conversas diretas com o regime comunista sobre seu programa nuclear.
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Na terça-feira, navios militares das Coreias do Norte e do Sul trocaram tiros por dois minutos, deixando um militar norte-coreano morto e três feridos. O confronto ocorreu horas antes de oficiais americanos anunciarem que o presidente Barack Obama decidiu aceitar o pedido norte-coreano para enviar um oficial americano para dialogar diretamente com o país.
O incidente aumentou as especulações de que o Norte estaria tentando fomentar a tensão na região para obter vantagem nas negociações. O confronto ocorreu dias antes de Obama dar início a seu primeiro giro pela Ásia desde que chegou à Casa Branca, em janeiro.
Em Cingapura, Hillary afirmou que o incidente naval não afetou a decisão de mandar o enviado especial para a Coreia do Norte, Stephen Bosworth, até o fim deste ano para negociar com Pyongyang. Segundo ela, a viagem será um grande passo no diálogo com o regime. A visita de Bosworth a Coreia do Norte será a primeira de um membro do governo Obama para iniciar conversas diretas com o regime comunista e a primeira de uma administração americana em mais de um ano.
O ex-secretário de Estado adjunto para a Ásia do Leste e Pacífico e principal negociador no diálogo nuclear com Pyongyang durante o governo de George W. Bush, Christopher Hill, foi, em setembro de 2008, o último representante americano a viajar oficialmente para a Coreia do Norte.
Segundo autoridades de Seul, o embate teve início depois que um navio-patrulha norte-coreano de 215 toneladas violou o limite marítimo com a Coreia do Sul, ignorou cinco tentativas de comunicação por rádio e efetuou 50 disparos contra um navio-patrulha de alta velocidade da Marinha sul-coreana, provocando leves avarias na embarcação. Os sul-coreanos responderam com 200 disparos, incendiando o navio norte-coreano. Pelo menos nove pesqueiros sul-coreanos e diversos barcos chineses civis estavam nos arredores no momento do confronto, mas todos puderam se afastar em segurança.
Os norte-coreanos disseram apenas que um de seus barcos-patrulha retornou à costa depois de monitorar um "intruso não-identificado". Pyongyang nunca reconheceu o limite marítimo estabelecido pela ONU há 56 anos. Desde janeiro, navios norte-coreanos violaram 20 vezes os limites com a Coreia do Sul, mas, até então, costumavam recuar ao receber advertências por rádio.
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