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Seul e EUA negam a Pyongyang status de potência nuclear

Coréia do Norte não vai ter o status reconhecido durante as negociações multilate- rais; diálogo sobre o programa nuclear de Pyongyang está estagnado desde 2005

Por Agencia Estado
Atualização:

A Coréia do Sul e os Estados Unidos afirmaram nesta terça-feira que o recente teste nuclear norte-coreano é uma grave ameaça para a paz mundial e destacaram que não reconhecerão o regime comunista como uma potência nuclear nas próximas negociações multilaterais. Os dois países reiteraram essa posição na reunião entre o vice-ministro de Exteriores sul-coreano, Yu Myung-hwan, e o secretário de Estado adjunto de Assuntos Políticos americano, Nicholas Burns, que chegou na noite de segunda-feira a Seul vindo de Tóquio. Em comunicado conjunto, os dois diplomatas manifestaram seu desejo de que as novas negociações multilaterais de Pequim sirvam para desmantelar o programa nuclear norte-coreano, e compartilharam a necessidade de manter uma estreita cooperação bilateral diante da retomada desse diálogo a seis lados. Na terça-feira, 31 de setembro, os representantes da Coréia do Norte, dos EUA e da China definiram que em breve as conversas multilaterais devem ser retomadas. Desde 2005, as duas Coréias, Japão, Rússia, China e Estados Unidos têm as discussões sobre o programa nuclear norte-coreano estagnadas. Em 9 de outubro, a Coréia do Norte realizou seu primeiro teste nuclear, mas Coréia do Sul, EUA e Japão negam a Pyongyang o direito a assumir o status de potência nuclear. Neste terça-feira, Seul e Washington destacaram a importância de que a comunidade internacional adote uma única voz através da aplicação eficaz das sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU ao regime norte-coreano em 14 de outubro, como punição pela realização do teste nuclear. Além disso, os dois países definiram seu compromisso para cooperar na luta contra o terrorismo e diante de outras ameaças à segurança mundial. Estratégia Burns realiza uma viagem asiática com a qual expõe a estratégia de Washington diante da retomada do diálogo nuclear. A etapa seguinte do representante americano será Pequim, para onde embarca ainda neste terça-feira. Em Seul, Burns e o secretário de Estado adjunto dos EUA em Segurança Internacional e Controle de Armas, Robert Joseph, que o acompanha, também se reuniram com o futuro ministro de Exteriores sul-coreano, Yoon Tae-young. Yoon vai substituir em breve o atual chefe da diplomacia da Coréia do Sul, Ban Ki-moon, que assumirá o cargo de secretário-geral da ONU a partir de 1º de janeiro de 2007. Nesta terça-feira, durante o encontro, os funcionários dos dois países confirmaram que os presidentes sul-coreano, Roh Moo-hyun, e americano, George W. Bush, se reunirão na cúpula do Fórum de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (Apec), que acontecerá entre 18 e 19 de novembro em Hanói. Nessa reunião bilateral, Roh e Bush vão detalhar os futuros passos dos dois países diante da retomada das negociações multilaterais, que poderia acontecer, no melhor dos casos, no final de novembro ou início de dezembro.

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