SEUL - A Coreia do Sul vai suspender as operações no complexo industrial intercoreano de Kaesong, em resposta ao teste nuclear e ao lançamento de um foguete da Coreia do Norte, anunciou o governo de Seul. Esta é a primeira vez que o governo de Seul suspende as operações em Kaesong desde a abertura em 2004 do complexo, símbolo da reconciliação entre os países da península coreana.
"Decidimos interromper todas as operações no complexo de Kaesong para que o Norte não utilize nossos investimentos para financiar seu desenvolvimento nuclear e balístico", afirmou o ministro da Unificação, Hong Yong-Pyo.
O complexo, que fica do lado norte-coreano da fronteira, permitiu que a isolada e empobrecida Coreia do Norte arrecadasse divisas. Kaesong abriga 124 empresas sul-coreanas e proporciona emprego a quase 53 mil norte-coreanos.
O governo e as empresas sul-coreanas investiram no projeto ao longo dos anos US$ 837 milhões, de acordo com Hong. O ministro afirmou que o dinheiro foi utilizado por Pyongyang para executar seus testes nucleares, unanimemente condenados pela comunidade internacional.
O governo sul-coreano também anunciou que intensificará a propaganda sonora na fronteira com a Coreia do Norte, em resposta ao foguete lançado no domingo pelo regime comunista.
Após o teste nuclear norte-coreano de 6 de janeiro, a Coreia do Sul decidiu reativar os potentes alto-falantes que divulgam em volume máximo uma programação que inclui música pop, boletins informativos e mensagens de propaganda.
"Instalamos novos alto-falantes e difundimos programas mais longos a cada dia desde então", informou o ministério sul-coreano da Defesa em referência ao lançamento de domingo.
De acordo com a imprensa estatal norte-coreana, o foguete transportava um satélite para observar a Terra, mas a Coreia do Sul acredita que o lançamento foi na realidade um teste de míssil balístico.
Japão. Tóquio aprovou nesta quarta-feira a ampliação de suas sanções unilaterais impostas à Coreia do Norte em resposta ao lançamento de um foguete no domingo. O ministro porta-voz do Executivo japonês, Yoshihide Suga, anunciou a medida durante um encontro do Conselho de Segurança Nacional presidido pelo primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe.
Entre as sanções está a limitação as viagens entre os dois países e a proibição da entrada de embarcações norte-coreanas nos portos japoneses.
O Japão, que considera o recente lançamento uma "ameaça direta e grave" para sua segurança e um "prejuízo para a paz no nordeste da Ásia e da comunidade internacional", realizará além disso um estrito controle das transferências de dinheiro para Coreia do Norte, indicou em comunicado o Executivo. / AFP, REUTERS e EFE