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Shannon: Brasil e EUA buscam o mesmo sobre o Irã

Por Felipe Werneck
Atualização:

Brasil e EUA têm o mesmo objetivo em relação ao Irã, mas diferentes entendimentos sobre o que se passa no país e suas aspirações, avalia o embaixador norte-americano no Brasil, Thomas Shannon. O diplomata disse hoje que a questão iraniana é um tema pontual na relação entre os dois países, e acrescentou: "Temas pontuais podem ganhar (importância) se não são manejados de maneira inteligente. Temos que manter à frente a importância e a amplitude da relação."Em palestra no Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Shannon ressaltou a importância de saber lidar com as diferenças na relação bilateral e que essa parceria seja baseada em fatos, e não em ideologia. Para o embaixador, a realidade e os interesses de Brasil e EUA "quase obrigam" os dois países a construir uma relação que funcione bem, "mas isso não quer dizer que não vá haver problemas". Ele ressalvou que esses problemas não atrapalham a relação, e que as conversas sobre o Irã são "quase constantes"."Isso indica que, além de algumas diferenças, temos a capacidade de manter uma conversa aberta e transparente. Isso é o importante, porque esse tema (Irã) vai ser uma história de vários capítulos. Temos que assegurar que Brasil e EUA vão se falar em todos."Autonomia Shannon disse que um dos aspectos mais interessantes de trabalhar no Brasil neste momento é o "papel diferente" exercido pelo País. Segundo ele, a ideia de autonomia ou independência dos EUA está mudando, "é quase uma coisa do passado". "Com o papel que o Brasil está assumindo hoje no mundo, e a cada vez que entender melhor sua influência, essa ideia de autonomia vai diminuir, porque autonomia vai ser parte da maneira de atuar", declarou o embaixador. "Nós não queremos relações com países submissos. Queremos relações com países fortes que têm capacidade de expressar seus interesses e trabalhar como parceiros. Esse é o nosso entendimento de um aliado."Segundo Shannon, apesar das diferenças, os pontos em comum são "muito maiores", e isso ajuda a proteger a relação entre os dois países.

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