Sharon ameaça destituir ministros rebeldes

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Por Agencia Estado
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Em uma tensa reunião de gabinete, o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, ameaçou hoje destituir os ministros que se recusarem a aprovar seu novo plano para a Faixa de Gaza. Sharon adiou por uma semana a votação da proposta, em mais um esforço para obter o apoio da maioria. Atualmente, 12 ministros são contra e 11 a favor. O plano consiste na remoção de três colônias judaicas isoladas na Faixa de Gaza, território ocupado por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e habitado por cerca de 1,3 milhão de árabes e 7.500 colonos judeus. Trata-se de uma modificação feita por Sharon em seu projeto inicial, que previa a retirada de todos os 21 assentamentos e das tropas israelenses de quase todo o território, mas foi vetado num referendo em seu partido, o direitista Likud. A reunião do gabinete foi marcada por uma forte disputa entre Sharon e seu ministro das Finanças, Benjamin Netanyahu, seu principal rival no Likud. Segundo a Rádio Israel, os Estados Unidos pressionam Sharon para retomar o plano original. Enquanto isso, em entrevista à TV israelense, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Yasser Arafat, propôs hoje um encontro com Sharon para conversações de paz. "Estendo minha mão para Sharon, para o povo, para o Parlamento, para o governo de Israel", disse Arafat. Atentado - No início da madrugada de hoje, dois mísseis disparados por um helicóptero Apache israelense mataram três palestinos, inclusive um comandante do braço militar do grupo islâmico Hamas e seu assessor na Cidade de Gaza. Os mísseis foram lançados quando os dois membros do Hamas se deslocavam de motocicleta pelo bairro de Zeitoum, um forte reduto do grupo e alvo, dias atrás, de uma incursão das tropas israelenses. Fontes do Hamas identificaram o comandante como Wael Nassar e disseram que ele e o assessor morto tinham sido os responsáveis pelo planejamento da emboscada do dia 11 contra um blindado israelense em Zeitoum, na qual morreram seis soldados. Um porta-voz militar de Israel confirmou que os alvos eram militantes importantes que haviam planejado atentados suicidas e outros ataques que mataram soldados e civis israelenses. No fim do dia, dezenas de milhares de pessoas acompanharam os funerais, clamando por vingança.

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