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Sharon não crê em amplo acordo de paz

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de 10 meses de violência, o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, não acredita que seja possível chegar a um amplo acordo de paz com os palestinos. A agência oficial de notícias palestina pediu o fim dos ataques armados contra israelenses. Entretanto, a violência continuou hoje. Um garoto de seis anos ficou levemente ferido quando palestinos dispararam morteiros contra um assentamento judeu em Gaza. Palestinos disseram que tanques israelenses bombardearam uma vila em retaliação. Uma mulher palestina tentou levar uma bomba para uma estação de ônibus de Tel Aviv, mas guardas de segurança a abordaram e ela deixou cair a sacola com a bomba. A polícia prendeu a mulher e desarmou os explosivos. Num editorial publicado por um jornal palestino hoje, a agência oficial de notícias palestina, Wafa, afirmou que atos simbólicos de resistência, como jogar pedras e sapatos, são "mais efetivos do que disparos de morteiros contra assentamentos judeus". O editorial considera que os palestinos só conseguirão atingir seus objetivos "por meios políticos... pelo uso de pedras para combater os israelenses (mas) não dentro de Israel, e não usando armas de fogo". O editorial da Wafa foi a mais forte declaração da liderança palestina pedindo a contenção em ataques contra Israel e pode marcar uma reviravolta num conflito que parece não ter fim. A Wafa, que normalmente reflete as posições do líder palestino Yasser Arafat, também criticou palestinos que ameaçam os Estados Unidos e a Europa. Enquanto isso, Sharon afirmou que Israel deve baixar as expectativas e parar de visar um tratado de paz. "Uma clara percepção do contínuo estado de animosidade", disse, "exige um diferente tratamento do que o que foi tentado até agora com os palestinos". Ele discursava numa cerimônia de graduação militar nos arredores de Tel Aviv. Israel e os palestinos assinaram seu primeiro acordo de paz interino em 1993, um esboço com uma agenda para se negociar um tratado de paz final. Entretanto, as conversações foram rompidas em janeiro, devido a profundos desacordos sobre questões-chave como o futuro de Jerusalém e dos refugiados palestinos. A atual onda de violência teve início em setembro. Sharon afirmou que o objetivo agora são "progressos graduais baseados nos acordos interinos, com o objetivo de longo prazo de alcançar um estado de não-beligerância". Palestinos dizem que não estão dispostos a negociar acordos parciais com Israel.

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