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Sharon promete "solução"; trabalhistas, uma cerca

Por Agencia Estado
Atualização:

A campanha eleitoral israelense entrou em sua reta final nesta terça-feira, com anúncios no rádio e na televisão nos quais Ariel Sharon prometeu uma "solução", mas sem entrar em detalhes, e seu desafiante trabalhista o acusou de preferir ocupar territórios a dar segurança aos israelenses. Os anúncios de campanha foram dominados pela memória ainda recente do duplo atentado suicida que deixou 22 pedestres mortos em Tel Aviv, no domingo, encerrando um período de um mês e meio sem ataques do gênero e desviando brevemente a atenção de um escândalo de corrupção que vem minando a vantagem do Likud entre a opinião pública. "Eu sou a pessoa que pode trazer paz e segurança", garantiu Sharon em seu primeiro anúncio no rádio, entoando um clichê utilizado em todas as recentes campanhas eleitorais em Israel. "Eu posso trazer a solução", acrescentou ele, sem entrar em detalhes. O Partido Trabalhista, por sua vez, ofereceu uma solução específica: Israel deve erigir uma fronteira impenetrável entre seu território e a Cisjordânia, uma idéia popularmente conhecida como "a cerca". Uma cerca nesses moldes já existe em torno de Gaza. Durante o atual conflito, iniciado em 28 de setembro de 2000, nenhum militante suicida agiu a partir da Faixa de Gaza. A construção de uma cerca entre Israel e a Cisjordânia foi iniciada no ano passado por insistência dos trabalhistas, que pertenciam à coalizão governista de Sharon até o rompimento, em novembro último. No entanto, apenas alguns quilômetros foram concluídos, o que reflete o desconforto de Sharon com o projeto, rejeitado pelos colonos judeus, que votam majoritariamente por seu partido e ficariam no lado "palestino" da fronteira. "Nós nos perguntamos por quê... Por que o governo Sharon não construiu a cerca de segurança?", questiona Amram Mitzna, um general reformado, assim como Sharon. E dá sua resposta: "Esta cerca não foi construída apenas por motivos políticos, por Sharon preferir a idéia da Grande Israel em detrimento do bem-estar de todos nós."

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