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Sharon quer mudar regra eleitoral do Likud

Por Agencia Estado
Atualização:

Os palestinos adiaram hoje suas eleições previstas para janeiro, alegando a contínua ocupação de suas cidades por Israel desde meados do ano, e o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, pediu reformas em seu partido ultraconservador após as acusações de corrupção feitas ao Likud. O adiamento do pleito palestino atrasa as reformas promovidas pela Autoridade Palestina (AP), a pedido dos EUA e de Israel, como um passo adiante a caminho da retomada das negociações de paz. Israel acusa o líder palestino Yasser Arafat como responsável por mais de dois anos de violência no Oriente Médio e se recusa a negociar com ele. O governo do presidente George W. Bush também não mantém conversações diretas com Arafat esperando que ele seja marginalizado nas eleições. O gabinete palestino aceitou a recomendação do comissão eleitoral de adiar as eleições, previstas para 20 de janeiro, para até 100 dias depois que as tropas israelenses desocuparem cidades e povoados da Cisjordânia. Como os isralenses não dão sinal de que irão desocupar os territórios palestinos, o adiamento é por tempo indefinido. Hoje mesmo fontes da segurança palestina disseram que tanques israelenses destruíram duas casas de familiares de ativistas do movimento fundamentalista Jihad Islâmica em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e causaram danos em outras três. Por outro lado, o exército israelense levantou esta manhã os bloqueios em Gaza que impediam que os palestinos transitassem de uma localidade para outra, informou um porta-voz militar. "Ficou claro para todos nós que promover eleições enquanto todas as cidades paelstinas estão sob ocupação é totalmente impossível", disse o ministro palestino da Informação, Yasser Abed Rabbo, após a reunião do gabinete. "Mas a comissão eleitoral continuará seus esforços para contar e registrar os palestinos que têm direito a votar ou a se candidatar". Respondendo à decisão protelatória anunciada pelos palestinos e pela qual responsabilizam Israel, o porta-voz da Chancelaria israelense, Jonathan Peled, disse que tal responsabilidade deve ser atribuída à violência palestina, e que "Israel gostaria muito de desocupar e abandonar os terrotórios", mas que só pode fazê-lo "quando houver um fim ou um sério esforço para pôr um fim no terror". A Casa Branca e o Departamento de Estado não comentaram de imediato a decisão palestina. Ao mesmo tempo, em sua campanha eleitoral em Israel, o premier Ariel Sharon propôs neste domingo que a escolha dos candidatos de seu partido, o Likud, ao Parlamento não seja mais feita pelo comitê central da agremiação. Sharon foi forçado a se pronunciar depois de parte de seus correligionários que não foram contemplados nas listas de candidatos terem denunciado a ocorrência de práticas de corrupção e barganha durante a seleção partidária no Likud. As eleições israelenses deverão realizar-se em 28 de janeiro.

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