Sharon quis expulsar Arafat, diz ex-ministro da Defesa

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Por Agencia Estado
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O renunciante ministro de Defesa israelense, Binyamin Ben Eliezer, afirmou que, durante sua permanência no cargo, pôde impedir que o primeiro-ministro Ariel Sharon empreendesse "ações irresponsáveis", tais como a expulsão do chefe da Autoridade Palestina (AP), Yasser Arafat, dos territórios ocupados. Em declarações publicadas nesta sexta-feira pelo jornal Yediot Ahronot, o dirigente trabalhista que está deixando o ministério disse que, enquanto ocupou a pasta da Defesa, "houve problemas muito graves e, em algumas ocasiões, tive que dizer ´não´ a determinadas operações". "Esta foi minha maior contribuição como miistro da Defesa: impedir ações irresponsáveis. Impedi a expulsão de Arafat", disse Ben Eliezer. "Agora que não ocupo mais o cargo, espero de coração que (Sharon) não entre em Gaza", acrescentou. Nesta quinta-feira, o próprio Arafat expressou seu temor de uma iminente escalada de violência na região, depois que Sharon ofereceu o cargo de ministro de Defesa ao "falcão" Shaul Mofaz, ex-chefe do Estado Maior do exército israelense. Na entrevista, Ben Eliezer se lamentou também de ter sido "abandonado" por seus companheiros de partido ao tomar a decisão de afastar-se do governo de unidade nacional. "Me deixaram sozinho", disse, lançando uma indireta acusação ao ministro do Exterior, Shimon Peres. Peres também renunciou ao cargo, mas tentou manter-se até o último momento no governo de Sharon, segundo comentários da imprensa local.

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