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Sharon reúne ministros para discutir resposta a ataques

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro interino de Israel, Ariel Sharon, ordenou ao Mossad e ao Ministério de Defesa que investiguem os ataques coordenados desta quinta-feira contra alvos israelenses no Quênia, informou um assessor do premier. Apesar de nenhum grupo ter assumido a autoria do atentado, autoridades israelenses e quenianas o atribuíram a militantes da Al-Qaeda, a rede extremista liderada pelo milionário saudita exilado Osama bin Laden. Zalman Shoval, um conselheiro de Sharon, disse que o primeiro-ministro reuniu-se com seu chanceler, Benjamin Netanyahu, e com o ministro da Defesa, Shaul Mofaz, após os atentados - uma explosão num hotel de propriedade de israelenses na costa do Oceano Índico e dois mísseis lançados contra um avião israelense de passageiros que errou o alvo. O embaixador do Quênia em Israel, general John Sawe, disse que 11 pessoas morreram e 80 ficaram feridas na explosão ocorrida no Paradise Hotel, em Kikambala. A chancelaria israelense informou que três mortos e 17 feridos eram israelenses. Entre os mortos havia duas crianças israelenses. Num ataque simultâneo, dois mísseis foram lançados contra um avião da companhia israelense Arkia que tinha acabado de decolar da cidade de Mombasa com destino a Tel Aviv. A aeronave não foi atingida, mas passageiros e tripulação viram duas explosões bem ao lado do avião. Serviço secreto O Mossad e o Departamento de Defesa investigarão os atentados no Quênia e decidirão como responder, garantiu Shoval. O Mossad, principal serviço secreto do Estado judeu, rastreou e matou quase todos os extremistas palestinos tidos como responsáveis pelo seqüestro e assassinato de 11 atletas israelenses durante os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972. Segundo Shoval, atividades anteriores da Al-Qaeda no leste da África e a forma como ocorreram os atentados de hoje apontam na direção do grupo, mas ressalva que ainda não há informações que confirmem a suspeita. Sawe, por sua vez, diz não ter dúvidas de que o ataque é obra da Al-Qaeda, mas avisa que este é seu ponto de vista pessoal e não a posição oficial do governo de seu país. Policiais quenianos disseram em entrevista a rádios israelenses que dois comandos extremistas promoveram os ataques. Três homens-bomba, aparentemente árabes, aproximaram-se do hotel com uma Landrover, detonaram os explosivos e morreram, disse Kingori Muanga, porta-voz da polícia do Quênia. Outros três militantes dispararam os dois mísseis que por pouco não acertaram o avião da companhia israelense Arkia. A polícia está atrás dos suspeitos, garantiu Muanga. Consulado de Israel no Brasil divulga nota O Consulado de Israel em São Paulo divulgou uma nota condenando os atentados. Destaca a liderança do país no combate ao terrorismo e conclama outras nações para lutarem contra a ?globalização do terrorismo?. ?Atirar mísseis em um avião com passageiros civis israelenses é uma grave escalada em termos da natureza e intensidade do terrorismo internacional. O fato de uma organização terrorista utilizar-se de uma arma tão sofisticada e desenvolver uma infra-estrutura terrorista no coração da África indica a dimensão do problema do terrorismo. É mais um exemplo da globalização do terrorismo. É um desafio e uma ameaça colocada em frente de todo o mundo livre. Israel está na linha de frente na guerra contra o terrorismo. As organizações terroristas e regimes que apóiam e são fornecedores destas com infra-estrutura organizacional, logística e ideológica, devem saber que o mundo inteiro está determinado a lutar contra elas e não irá tolerar sua existência. No passado, quando as organizações terroristas iniciaram sua onda de seqüestros de aviões, Israel foi o primeiro país a sofrer este tipo de terrorismo. Mais tarde, este fenômeno se espalhou por todo o mundo. Terrorismo que se utiliza de mísseis disparados contra uma aeronave com civis começou hoje na África, contra um avião israelense. Portanto, só uma luta em conjunto e a criação de uma frente unida das nações do mundo livre irá obter sucesso na interrupção do terrorismo internacional que espalha morte e destruição por todos os cantos da terra. Consulado Geral de Israel em São Paulo".

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