Sharon tem cada vez menos chances de recuperar consciência

Médicos dizem que saúde do primeiro-ministro israelense melhorou, mas há risco de complicações

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Inconsciente há 40 dias e submetido no sábado a uma delicada cirurgia no intestino, Ariel Sharon, primeiro-ministro israelense, tem cada vez menos chances de retornar à vida pública, reafirmaram médicos e especialistas israelenses. "A cada dia que passa, as possibilidades de recuperar a consciência se reduzem, enquanto aumentam os riscos de surgirem outras complicações", ressaltou o diretor do hospital universitário Hadassah, Shlomo Mor-Yousef. "O estado dele é muito grave, mas estável", informou o médico Bossem-Levy, porta-voz do hospital, acrescentando que, no entanto, o líder israelense não corre risco de morte. A saúde de Sharon, que completa 78 anos neste mês, agravou-se a partir de 18 de dezembro quando ele sofreu um desmaio, provocado por problemas cardíacos. Ele estava no auge da popularidade. Deixara o partido Likud e acabara de fundar o Kadima (Avante), com o propósito de restabelecer o processo de paz com os palestinos. O Kadima, liderado agora pelo primeiro-ministro interino Ehud Olmert, continua à frente de seus adversários nas intenções de votos dos israelenses para as eleições parlamentares de 28 de março. A cirurgia de sábado foi a sétima a que submeteram Sharon desde que ele retornou ao hospital em 4 de janeiro com problemas cardíacos, seguidos de hemorragia cerebral. Segundo o diretor do hospital, os cirurgiões extraíram 50 centímetros de intestino grosso do líder israelense, que apresentavam uma gangrena provocada, aparentemente, por falta de irrigação sanguínea. Ainda no sábado, o diretor descrevera o estado de Sharon como "crítico". Mas uma ligeira melhora geral ocorrida na madrugada de domingo levou o hospital a atenuar o boletim com a expressão "muito grave". Até agora, os médicos não deram nenhuma informação sobre eventuais danos cerebrais sofridos pelo primeiro-ministro. Mor-Yousef admitiu que a cirurgia para extração de um terço do intestino grosso fez a equipe médica retroceder vários passos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.