Sharon veta proposta de cessar-fogo

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Por Agencia Estado
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O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, proibiu o presidente do país, Moshe Katsav, de declarar uma trégua de um ano com os palestinos. Tropas israelenses, em incursões em território palestino, prenderam quatro pessoas. O mediador americano Anthony Zinni deve retornar ao Oriente Médio na quinta-feira, numa missão para tentar reiniciar conversações de paz. Sharon disse a Moshe Katsav que ?desaprovava fortemente? a idéia de Katsav declarar o cessar-fogo em um discurso perante o Parlamento palestino, disse um alto assessor do primeiro-ministro, que fez a declaração na condição de não ser identificado. A idéia foi levantada, inicialmente, por um ex-deputado israelense de origem árabe, Abdel Wahab Darawsheh, que se referiu à trégua como uma ?hudna?, termo da lei tribal árabe que define um período determinado de não-beligerância. Darawsheh disse que o líder palestino Yasser Arafat apoiaria a idéia, e o presidente de Israel deu mostras de estar interessado em fazer o discurso. No entanto, o assessor de Sharon descartou a ?hudna?, chamando-a de manobra publicitária de Arafat, e sugeriu que o líder palestino havia enganado Katsav. No mês passado o governo israelense, reagindo a uma escalada nos ataques palestinos a civis de Israel, declarou Arafat ?irrelevante? na luta contra o terrorismo. Em Israel, a figura do presidente é basicamente cerimonial, e é pouco comum que o presidente se envolva na tomada de decisões políticas. Katsav já avisou que não agirá sem o acordo de Sharon. De acordo com o jornal Yediot Ahronot, o chanceler Shimon Peres também se opõe ao plano. ?Estamos tentando construir um cessar-fogo que dure gerações, para sempre?, disse Peres. ?Queremos acabar com o ciclo do terror para sempre e não só por um ano, como o presidente propõe?. Peres vem mantendo diálogos com o presidente do Parlamento palestino, Ahmed Qureia, para construir a estrutura de um possível acordo de paz. Como primeiro passo nessa direção, antes de tratar de questões como o futuro de Jerusalém ou o destino dos refugiados palestinos, Israel trataria de reconhecer formalmente a existência de um Estado palestino.

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