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Shinzo Abe é eleito novo primeiro-ministro do Japão

Abe obteve 339, dos 476 votos, contra 115 de Ichiro Ozawa, líder da oposição

Por Agencia Estado
Atualização:

Shinzo Abe foi nomeado nesta terça-feira novo primeiro-ministro do Japão pela Câmara dos Deputados, e confirmado como o sucessor de Junichiro Koizumi. Abe, de 52 anos, obteve 339 dos 476 votos, contra 115 de Ichiro Ozawa, líder da oposição. A escolha de Abe já era esperada devido à maioria registrada na Câmara dos Deputados pela coalizão liderada pelo Partido Liberal Democrata (PLD). Logo depois, uma votação na Câmara Alta, considerada protocolar, confirmou o resultado. Dos 240 votos da Câmara Alta, Abe obteve 136 e Ozawa 85. O restante ficou dividido entre outros três candidatos. A Constituição japonesa dá prioridade ao eleito pela Câmara dos Deputados. O novo primeiro-ministro, cujo mandato dura três anos, formará nesta terça-feira um novo gabinete de 17 ministérios, no 90º governo do Japão, do qual será o 57º primeiro-ministro. Abe, chefe de governo mais jovem do Japão e o primeiro nascido após a II Guerra Mundial chega ao poder com fama de conservador e deverá continuar as reformas de Koizumi. Koizumi, um dos mais carismáticos líderes do Japão nos últimos anos, disse em seu discurso de despedida que "o broto da reforma começa a se transformar numa grande árvore". Novo Gabinete Logo após ser eleito no Parlamento, o novo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, anunciou a composição de seu Gabinete, no qual se destacam Taro Aso, que permanece no comando das Relações Exteriores e, Yasuhisa Shiozaki, o novo ministro Porta-voz. Abe manterá o número de ministérios do governo de seu antecessor, Junichiro Koizumi: 17. Mas eliminou alguns deles, como o de Igualdade de Gênero e Assuntos Sociais, e criou outros, como o de Assuntos Financeiros. Taro Aso, de 66 anos, que na quarta-feira passada perdeu para Abe as eleições internas para presidir o Partido Liberal Democrata (PLD), é o único sobrevivente do Gabinete anterior. Ele exerce o cargo desde outubro de 2005. Neto do ex-primeiro-ministro Shigeru Yoshida, ele não conta com a simpatia de países vizinhos, especialmente da China. Nas últimas semanas, durante a campanha para a sucessão de Koizumi, Aso disse que seu objetivo é melhorar as relações com a China e a Coréia do Sul, prejudicadas pelas contínuas visitas de Koizumi ao santuário de Yasukuni, que homenageia os mortos em combate, entre eles criminosos de guerra. O substituto de Abe como chefe do Gabinete e ministro Porta-voz será um de seus colaboradores mais próximos nos últimos anos, Yasuhisa Shiozaki. ex-funcionário do Banco do Japão, de 55 anos, e considerado um especialista em assuntos financeiros. Ele será o braço direito de Abe. À frente da Agência de Defesa, órgão com status de Ministério, Abe nomeou Fumio Kyuma, de 65 anos. Ele já ocupou o cargo entre 1996 e 1998, quando trabalhou para reforçar a cooperação entre Japão e Estados Unidos. Nos últimos anos, Kyuma ocupou altos cargos no PLD e se destacou por seu apoio à polêmica reforma da Caixa Postal. O único ministério dado a um membro de outro partido, o Novo Komeito, aliado do PLD no Parlamento, voltou a ser o de Transporte, Infra-estrutura e Terra. Tetsuyo Fuyushiba é o novo titular. Abe manteve no Gabinete o mesmo número de mulheres que seu antecessor: duas. Hiroto Ota assume a Política Econômica e Fiscal, e Sanae Takaichi, os Assuntos de Okinawa e Territórios do Norte.

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