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Silvio Berlusconi será julgado por fraude

Ex-primeiro-ministro italiano, acusado por desfalque, evasão de impostos e lavagem de dinheiro, nega que tenha desrespeitado a lei

Por Agencia Estado
Atualização:

Um juiz italiano determinou nesta sexta-feira que o ex-premiê italiano Silvio Berlusconi deve ser julgado por uma suposta fraude na companhia de sua família, a Mediaset. Berlusconi é uma das 14 pessoas que devem ser julgadas pelo caso, disse o juiz Fabio Paparella, da cidade de Milão. A determinação do juiz ocorreu depois de investigações a respeito de alegações de desfalque, evasão de impostos e lavagem de dinheiro em acordos de direitos para televisão entre 1994 e 1999. O julgamento deve começar em novembro. Berlusconi nega ter desrespeitado a lei. "Era uma decisão previsível, considerando as audiências anteriores em Milão. Eles não deixaram que testemunhas cruciais para a defesa fossem ouvidas", disse Niccolo Ghedini, advogado de Berlusconi. Berlusconi liderou o governo de centro-direita na Itália durante cinco anos até sua renúncia, depois da derrota nas eleições gerais de abril. Paraíso fiscal As audiências preliminares começaram em outubro de 2005, devido às descobertas de uma investigação a respeito das alegações envolvendo a Mediaset, que durou quatro anos e foi realizada por promotores de Milão. O advogado David Mills, que se separou da ministra da Cultura britânica Tessa Jowell, e Fedele Confalonieri, presidente da Mediaset, também deverão ser julgados. Os dois negam as acusações. O grupo é acusado de uso de companhias em paraísos fiscais para comprar direitos de exibição de programas de televisão e filmes americanos e revender estes direitos inflacionados para a Mediaset. O juiz Paparella ainda está considerando se vai acusar Berlusconi e Mills em um caso relacionado. O ex-primeiro-ministro italiano é acusado de pagar US$ 600 mil para que Mills fornecesse provas favoráveis em dois julgamentos. Os dois negam as acusações de suborno. A agência de notícias italiana Ansa afirma que os 14 acusados, se forem considerados culpados, poderão ser condenados a penas que variam entre quatro e 12 anos de prisão.

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