Simpatizantes de Pinochet dizem adeus em hospital

Com bandeiras chilenas e fotos de Pinochet, seguidores se debatiam com a polícia gritando frases a favor do ex-ditador e cantando o hino nacional

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Por Agencia Estado
Atualização:

Centenas de partidários de Augusto Pinochet se reuniam em frente ao Hospital Militar de Santiago para dizer adeus ao ditador chileno, que morreu neste domingo de uma falha cardíaca aos 91 anos. Com bandeiras chilenas e fotos de Pinochet, seus seguidores se debatiam com a polícia para tentar chegar mais próximo ao hospital gritando frases a favor do ex-ditador e cantando o hino nacional. Nem o calor de 31 graus de temperatura em Santiago pareciam impedir que famílias inteiras chegassem a pé, em seus próprios carros ou usando o transporte público até o hospital, localizado em um bairro da capital. "Meu filho me ligou para avisar e não tive dúvidas. Quero me despedir dele, ele fez muito pelo Chile. Nós sabemos que lhe devemos o que somos, e é uma pena que haja tanta gente que não reconheça", disse à Reuters Maria Teresa Pinto, de 58 anos, que mostrou em sua carteira uma foto de Pinochet. Luisa Pinto, de 55 anos, que juntamente com sua prima Maria Teresa se uniu aos simpatizantes de Pinochet nos arredores do hospital, assegurou que "nos deixa um grande homem, digam o que disserem, ele foi o melhor." Dezenas de policiais tentavam conter os simpatizantes do ditador com cercas metálicas. O trânsito de veículos foi impedido nos arredores do hospital. A polícia prendeu uma pessoa que ultrapassou as barreiras para baixar a meio palmo a bandeira localizada na entrada do hospital, em sinal de luto. "Não posso acreditar que ele nos deixou, mas é melhor assim porque já tinha sofrido muito. Não se soube reconhecer tudo o que ele fez. Foram muito injustos com ele", disse Lucia Morales, de 67 anos, chorando e segurando forte uma bandeira chilena. Pinochet, que governou entre 1973 e 1990, foi internado há uma semana por um infarto agudo no miocárdio, mas os médicos consideravam o quadro estabilizado e o retiraram da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital militar.

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