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Sinais de guerra são evidentes no Golfo Pérsico

Por Agencia Estado
Atualização:

A poucas horas do fim do prazo dado pelo presidente americano, George W. Bush, ao líder iraquiano Saddam Hussein para deixe o poder e parta para o exílio ou enfrente a guerra, os sinais da iminência de um conflito eram evidentes hoje no deserto do Kuwait. À tarde na região do Golfo Pérsico (manhã do Brasil), aviões de combate americanos e britânicos lançaram ataques contra supostas bases de defesa antiaérea e de comunicações do Exército iraquiano na zona de exclusão aérea do sul do Iraque. À noite, testemunhas relatavam o intenso movimento de tropas e veículos de combate, saindo dos acampamentos no Kuwait em direção da fronteira iraquiana. No começo da madrugada, as comunicações com as bases e instalações militares operacionais americanas foram restringidas, indicando que a condição de defesa tinha sido elevada para Defcon 4 - a mesma do primeiro dia de ataques contra o Afeganistão, em outubro de 2001. Os mais de 125 mil militares americanos e 60 mil britânicos no Kuwait tomavam posição em meio a uma forte tempestade de areia - a segunda em menos de uma semana. De acordo com o centro de comando central avançado dos EUA, instalado no Catar, um grupo de 17 soldados iraquianos cruzou a fronteira para render-se no Kuwait, antes mesmo de a guerra começar. Na tentativa de persuadir novas deserções, intensificaram-se as operações de distribuição de panfletos, mensagens de rádio e e-mails - nas quais as forças da coalizão anglo-americana asseguram que qualquer esforço de resistência será esmagado. Em Washington, Bush se reuniu com seu gabinete de guerra, integrado pelo vice-presidente Dick Cheney, pelos secretários de Defesa e Estado, Donald Rumsfeld e Colin Powell, e pela secretária de Segurança Nacional, Condoleezza Rice. Mais tarde, o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, advertiu os cidadão americanos para que se preparem também ?para a perda de vidas humanas?. "A ponto de declarar a guerra ao Iraque, os americanos devem estar prontos para o que esperamos ser um conflito preciso e tão curto quanto possível", disse Fleischer. "Mas existem muitas incógnitas e isso pode levar algum tempo. Ainda não sabemos." Pelo lado iraquiano, o governo de Bagdá acusou os EUA de "mentir e enganar suas tropas" e pediu aos soldados americanos que "não obedeçam às ordens de seus superiores para invadir o Iraque". "Eles enganam seus soldados quando dizem que a invasão do Iraque será uma excursão e não lhes explicam o destino incerto que encontrarão se obedecem a tais ordens", disse o ministro da Informação iraquiano, Mohamed Sayed al-Sahaf. O ministro acrescentou que eventuais americanos capturados serão considerados mercenários, e não combatentes regulares, "porque esta não é uma guerra, mas uma agressão que viola a legalidade internacional". Forças leais a Saddam cruzaram hoje vastas áreas do Iraque para concentrarem-se em Bagdá e outras das principais cidades do país. O noticiário até 18/3/2003 Veja o especial :

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