Sindicatos franceses dão ultimato a Villepin

Associações de trabalhadores e estudantes querem que nova lei trabalhista seja retirada até o dia 17; caso contrário, estão "dispostas" a continuar com mobilizações

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Por Agencia Estado
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Doze sindicatos de trabalhadores e de estudantes contrários ao Contrato do Primeiro Emprego (CPE) endureceram o tom nesta quarta-feira ao exigir a votação de uma proposta de lei para anular a reforma trabalhista antes do próximo dia 17. Em declaração conjunta, os sindicatos unidos contrários ao CPE declararam que a condição para o início das negociações sobre o emprego e a formação dos jovens é a revogação do CPE pelo Parlamento antes do feriado da Páscoa. Caso a exigência não seja atendida, as organizações advertem em sua nota que estão "dispostas" a continuar com a mobilização "sem excluir nenhum meio de ação". O líder do Partido Socialista (PS), a principal força da oposição, François Hollande, também pediu que uma proposta de lei para revogar o CPE seja votada antes do dia 17, pois o Parlamento entra em recesso por duas semanas depois do feriado. O CPE entrou em vigor no último domingo, mas o presidente francês, Jacques Chirac, pediu que não seja colocado em prática até que os dois pontos mais polêmicos da lei sejam modificados. O presidente pediu que o período de experiência para os jovens menores de 26 anos, inicialmente de dois anos, seja reduzido à metade e que as demissões sejam justificadas. A publicação da mensagem sindical aconteceu horas antes de uma reunião entre as cinco principais organizações de trabalhadores e a equipe de parlamentares do partido governista União por um Movimento Popular (UMP), encarregada de elaborar a proposta de lei que altera o CPE, como Chirac pediu. O chefe de Estado pediu nesta quarta-feira que os participantes das negociações que começam nesta tarde sejam responsáveis e façam um diálogo construtivo. Além disso, ele pediu aos estudantes que voltem às aulas. No entanto, os sindicatos voltaram a destacar, em uma nota conjunta, que encontrarão os parlamentares da UMP "não para negociar melhorias no CPE, mas para obter sua revogação". Acompanhados pelos ministros de Coesão Social, Jean-Louis Borloo, e do Emprego, Gérard Larcher, os parlamentares da UMP devem receber nesta quinta-feira as organizações de estudantes. Após estes encontros, os parlamentares se reunirão com os líderes das entidades patronais francesas.

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