PUBLICIDADE

SIP denuncia abusos contra a imprensa nas Américas

Por Agencia Estado
Atualização:

A situação da liberdade de imprensa nos países latino-americanos está longe de ser alentadora, segundo um alto integrante da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). O assunto vem sendo discutido desde sexta-feira em reuniões prévias à 58ª Assembléia da SIP, que será inaugurada nesta segunda-feira e encerrada depois de amanhã em Lima e contará com a presença de cerca de 450 proprietários de jornais e revistas do continente. "O panorama, em geral, não é bom", disse Rafael Molina, presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação do órgão e diretor da revista Ahora, de São Domingos, República Dominicana. "Houve certos retrocessos em matéria de liberdade de imprensa, ainda que também tenha havido conquistas; leis positivas foram promulgadas, mas há também algumas leis que, sob o pretexto de garanti-la, na verdade lhe impõem limites e obstáculos". Hoje, os participantes dedicaram o dia a avaliar as ameaças que o jornalismo enfrenta nos países-membros, onde, nos últimos seis meses, houve de sete a oito assassinatos de jornalistas, segundo Molina. De acordo com ele, o caso de Cuba é, há 40 anos, o mais emblemático, pois "não existe, em absoluto, a menor liberdade ou possibilidade de que alguém se expresse livremente sem que seja punido". Sobre a Venezuela, comentou que há um clima de insegurança, amedrontamento e perseguição de jornalistas nos meios de comunicação, além de uma situação de enfrentamento "que é muito prejudicial". "A SIP enviou várias missões a Caracas com o objetivo de coordenar, explorar, desentranhar a verdade; em nenhuma das três ocasiões, o presidente (Hugo) Chávez quis receber-nos", ressaltou. Nos últimos seis meses, um fotógrafo foi assassinado e mais de dez jornalistas foram agredidos na Venezuela. A Colômbia é outro país que preocupa a SIP, em especial por causa da impunidade. "Nós não culpamos o governo colombiano, mas, sim, o acusamos de não ser eficiente na punição dos culpados no caso de assassinato de jornalistas", afirmou Molina. Ele destacou que as armadilhas e as ameaças à liberdade de imprensa existem inclusive em países que parecem respeitá-la. "Isso porque são muitas e diversas as maneiras com que se pode atentar contra a liberdade de expressão, e em alguns casos são tão sutis... que temos de estar alertas o tempo todo", advertiu.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.