Síria aceita proposta da Liga Árabe por fim da violência

Damasco deve abrir diálogo com a oposição, retirar Exército das ruas e encerrar repressão

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Atualização:

CAIRO - A Liga Árabe informou nesta quarta-feira, 2, que a Síria aceitou sua proposta para acabar com a crise de violência que o país vive há sete meses.

A decisão foi anunciada após a reunião do órgão árabe no Cairo.

 

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A proposta pede que Síria retire das ruas todo seu aparato militar, encerre a repressão às manifestações da oposição, solte todos os prisioneiros políticos e dê início a um diálogo envolvendo os contrários ao regime do presidente Bashar Assad. Damasco também concordou em permitir a entrada de jornalistas, membros de grupos defensores dos direitos humanos e representantes da Liga Árabe para monitorar a situação no país.

 

O chamado grupo de contato da Liga Árabe também deve dar início a consultas com o governo sírio e diferentes setores da oposição para preparar a realização de um diálogo nacional nas próximas semanas. O comitê é presidido pelo ministro de Exteriores do Catar, Hamad bin Yasem al-Zani.

 

De acordo com Al-Zani, "o importante agora é que o governo sírio cumpra o acordo, porque isso ajudará a resolver a crise". "Desejamos que o cumprimento desses pontos seja sério e imediato, no que se refere aos fim dos assassinatos, à libertação dos presos e ao fim de toda atividade armada", completou. O líder catariano ainda afirmou que, caso Damasco não tome tais medidas, a Liga Árabe estudará novas ações.

 

Ainda não está claro se o acordo fará diferença de fato, uma vez que o governo de Assad manteve a repressão aos protestos da oposição mesmo com diversas condenações da comunidade internacional e das sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

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Ataques em Homs

 

Antes do anúncio da Liga Árabe, ativistas da cidade de Homs - um dos principais palcos dos protestos contra o regime de Assad - afirmaram que dois ataques violentos deixaram 20 mortos no local. Não ficou claro se as forças de segurança estavam envolvidas no que as organizações de direitos humanos chamaram de "massacre".

 

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) mais de 3 mil pessoas já morreram na repressão. Desertores do Exército começaram a se organizar e iniciaram lutas contra as forças de segurança de Assad. Damasco, por sua vez, afirma que mais de mil agentes foram mortos e culpa "grupos armados e terroristas" pelos protestos e pela violência.

 

Com Efe e Associated Press

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