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Síria acusa Israel de invadir seu espaço aéreo

Segundo funcionários sírios, caças israelenses foram repelidos por baterias antiaéreas depois que despejaram munição em área desértica

Por Reuters e Ap
Atualização:

A Síria acusou ontem caças israelenses de terem invadido seu espaço aéreo e despejado munição em uma área desértica do norte do país. Funcionários de Damasco disseram que as baterias antiaéreas abriram fogo contra os jatos de Israel e alertaram que a Síria poderá responder à agressão do Estado judeu. Israel negou-se a comentar as acusações, que fizeram o preço internacional do petróleo subir - em Nova York, o barril fechou a US$ 76,30 (alta de US$ 0,57) e em Londres, a US$ 74,77 (alta de US$ 0,43). Um porta-voz militar israelense, que não quis ser identificado, disse que a afirmação síria estava sendo investigada. Os EUA também não quiseram comentar o caso. Israel e Síria permanecem tecnicamente em guerra e o incidente ocorreu após um aumento de tensão nos últimos meses. Em agosto, a Síria acusou Israel de buscar um pretexto para a guerra. O governo israelense, por sua vez, vem acompanhando a movimentação das tropas sírias. Damasco insiste que as conversações de paz só serão retomadas caso Israel se comprometa a devolver as Colinas do Golan, capturadas na Guerra dos Seis Dias, em 1967. A última conversação de paz entre os dois países foi interrompida em 2000. Um porta-voz militar sírio disse que os caças israelenses invadiram o espaço aéreo da Síria por volta da 1 hora local de ontem (19 horas de quarta-feira em Brasília). "Os jatos israelenses inimigos invadiram o território sírio através da fronteira noroeste, procedentes do Mediterrâneo, em direção à região leste e rompendo a barreira do som", disse o porta-voz à agência de notícias oficial Sana. "As baterias antiaéreas abriram fogo e eles fugiram após despejar munição em áreas desérticas, sem causar vítimas ou danos materiais." Pilotos às vezes jogam fora sua munição ou combustível extra para tornar o avião mais leve e fácil de manobrar. Alguns analistas especularam que a incursão poderia ser uma tentativa israelense de comprovar a existência de um novo sistema de defesa antiaérea vendido pela Rússia. Já haviam ocorrido incidentes similares, o último em junho de 2006. OFENSIVA EM GAZA Soldados israelenses, apoiados por tanques e helicópteros, lançaram ontem uma ofensiva contra militantes palestinos na Faixa de Gaza (sob controle do grupo Hamas), deixando dez mortos. Israel disse que os soldados, em "missão de rotina" para impedir disparos de foguetes contra cidades israelenses, abriram fogo quando um grupo de militantes se aproximou deles, desencadeando um tiroteio. O comandante Shlomi Dahan afirmou que os militantes pretendiam capturar um soldado.

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