
23 de fevereiro de 2012 | 18h13
A Rússia e a China são contra qualquer intervenção estrangeira nos assuntos sírios e o governo iraniano declarou nesta quinta-feira que continuará a apoiar o governo de Assad.
Um homem foi morto a tiros na cidade de Maaret al-Numan, na província de Idlib, noroeste sírio, quando forças do regime invadiram sul da cidade, informou o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, grupo sediado em Londres. O Observatório disse que 16 pessoas foram mortas hoje na Síria, mas outro grupo opositor, o Comitês de Coordenação Local, afirma que 40 pessoas foram mortas. A razão para a discrepância nos números não está clara e não foi possível confirmá-los com uma fonte independente, uma vez que o acesso da imprensa à Síria continua muito restrito pelo governo.
Três soldados foram mortos e sete ficaram feridos após a explosão de uma bomba na entrada sul da cidade de Idlib, relatou a agência estatal de notícias Sana. Outros dois soldados foram mortos e dois ficaram feridos num ataque contra uma delegacia de polícia na vila de Mharadeh, na província de Hama, informou também a Sana.
Uma criança de oito anos foi morta durante a noite quando tropas abriram fogo na vila de Ming, na província de Alepo, disse o Observatório. O grupo também informou que um homem e uma criança de cinco anos foram mortos a tiros quanto forças de segurança invadiram o bairro de Tareeq al-Sad, na cidade de Deraa, berço da oposição.
Segundo o ativista Omar Shaker, morador de Homs, intensos ataques tiveram como alvo novamente áreas residenciais de Bab Amr nesta quinta-feira, mas não há informações sobre mortos ou ferido. Ele relatou que os estoques de comida, água e suprimentos médicos estão perigosamente baixos em Bab Amr. "Cada minuto conta. Em breve as pessoas vão começar a entrar em colapso por causa da falta de sono e de comida", disse ele.
Os ataques de quarta-feira contra Bab Amr mataram a veterana correspondente de guerra norte-americana Marie Colvin e o fotógrafo francês Remi Ochlik. Uma jornalista francesa que estava com o grupo e sobreviveu, Edith Bouvier, correspondente do jornal Le Figaro, fez um apelo dramático que foi postado nesta quinta-feira no Youtube por ativistas. Bouvier pediu para ser retirada de Homs e afirmou que está com uma perna quebrada em duas partes e precisa com urgência de uma cirurgia. O jornalista britânico Paul Conroy, do Sunday Times, também estaria ferido em Homs.
Eles faziam parte de um grupo de jornalistas que entrou ilegalmente na Síria e compartilha acomodações com ativistas, o que levanta especulações de que as forças do governo tinham como alvo o centro de mídia improvisado onde eles estavam. Mas grupos opositores já haviam dito anteriormente que os ataques foram indiscriminados.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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