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Síria deve provocar recorde de refugiados no mundo, diz ONU

De acordo com António Guterres, cerca de 2 mil sírios fugiram do país por dia

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GENEBRA - Com dezenas de milhares de pessoas fugindo da Síria a cada mês, o número de refugiados no mundo em 2012 deverá ser o maior deste século, afirmou um alto funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira, 1. António Guterres, chefe do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), disse ao comitê executivo da entidade que a capacidade da agência estava sendo esticada até ao limite.

Veja também:link Refugiados sírios podem chegar a 700 mil ainda em 2012link Ban Ki-moon critica Síria por mortes e abusos de direitos humanoslink Jornalista relata fuga da Síria após reportagem "Já em 2011, conforme se desenrolava crise após crise, mais de 800 mil pessoas atravessaram as fronteiras em busca de refúgio - uma média de mais de 2 mil refugiados por dia", disse o ex-primeiro-ministro português. Esse total foi o mais alto desde a virada do século "e até agora mais de 700 mil pessoas fugiram da República Democrática do Congo, Mali, Sudão e Síria", contou Guterres. Na sexta-feira, outro funcionário do Acnur afirmou que o total de refugiados da Síria pode chegar a 700 mil este ano, quase quatro vezes a estimativa anterior, à medida que as tropas do governo lutam contra os rebeldes em todo o país. Cerca de 294 mil pessoas que fugiram nos 18 meses de confrontos na Síria já cruzaram a fronteira para Jordânia, Iraque, Líbano e Turquia, ou aguardam registro, disse Panos Moumtzis em uma coletiva de imprensa. Os novos refugiados estão se juntando aos cerca de 42 milhões em todo o mundo que fugiram pelas fronteiras para escapar da violência em seus países. Em meio à crise econômica global e com os orçamentos dos governos no limite, Guterres disse ao comitê executivo do Acnur que o custo de ajudar refugiados estava aumentando rapidamente, enquanto continuam as crises duradouras no Afeganistão e na Somália. "Estamos em um momento em que as exigências sobre nós estão aumentando, enquanto os meios disponíveis para responder permanecem a um nível similar ao do ano passado", disse. "Nossas operações na África, em particular, são drasticamente subfinanciadas...No atual ambiente operacional imprevisível, este é um motivo de grande preocupação".

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