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Síria diz que EUA mentem sobre armas químicas e critica decisão de armar rebeldes

Governo russo diz que alegações não parecem convincentes e britânicos relutam em aderir

Atualização:

O regime sírio de Bashar Assad acusou nesta sexta-feira, 14, os Estados Unidos de recorrer a "métodos banais" para justificar sua decisão de armar os rebeldes, anunciada ontem. A Grã-Bretanha confirmou o uso de armas químicas, mas hesita em fazer o mesmo. A Rússia criticou a decisão americana, tomada após a confirmação do uso de armas químicas por parte de Damasco.

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Uma nota do Ministério das Relações Exteriores sírio, divulgada pela agência oficial Sana, afirma que as declarações da Casa Branca estão "cheias de mentiras e se baseiam em informações falsas". Segundo Damasco, os EUA pretendem que o governo sírio assuma toda a responsabilidade sobre a utilização de armas químicas apesar de existirem relatórios que apontam que "os grupos terroristas ativos na Síria dispõem" de armamento deste tipo.

A nota do ministério acusou o presidente americano, Barack Obama, de exercer dois pesos e duas medidas em seu tratamento ao terrorismo, ao incluir a extremista Frente al Nusra na lista de organizações terroristas, mas depois apoiar estes grupos com armas e dinheiro.

O comunicado também denunciou que os EUA oferecem cobertura política a estas organizações ao impedir que o Conselho de Segurança da ONU condene os massacres que cometem, como o ocorrido há dois dias na cidade de Halta, na província de Deir ez-Zor.

O governo britânico garantiu hoje que o regime sírioutilizou armas químicas, entre elas gás sarin, enquanto a Otan e a China pediram que a Síria permita que a ONU investigue estas informações.

"Nada está descartado", disse o porta-voz, quando questionado sobre o apoio britânico a uma eventual zona de exclusão aérea. "Nenhuma decisão foi tomada (sobre armar os rebeldes). Estamos em discussões urgentes com nossos parceiros internacionais." Cameron discutiria o conflito sírio com o presidente dos EUA, Barack Obama, num telefonema nesta sexta-feira, segundo o porta-voz.

Já a Rússia considerou que as alegações de Obama "não parecem convincentes", disse um conselheiro de política externa do presidente russo Vladimir Putin. Segundo Yuri Ushakov, um extenso apoio militar dos EUA aos adversários de Assad prejudicaria os esforços conjuntos para organizar uma conferência de paz, mas acrescentou que Moscou "ainda não" considera o envio de sistemas antiaéreos avançados com mísseis S-300 a Assad em resposta./ REUTERS E EFE

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