26 de junho de 2012 | 16h17
DAMASCO - O presidente da Síria, Bashar Assad, afirmou nesta terça-feira, 26, que o país vive "uma verdadeira situação de guerra". "Vivemos uma verdadeira situação de guerra e todas nossas poíticas estar a serviço da vitória", afirmou Assad, durante a primeira reunião do novo governo sírio.
Após 16 meses de conflito, calcula-se que mais de 15 mil pessoas tenham morrido na Síria, cerca de 230 mil se deslocaram internamente no país e mais de 60 mil buscaram refúgio em países limítrofes, segundo dados das Nações Unidas.
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Em razão da violência, a ONU decidiu manter a suspensão das operações dos observadores no país árabe, declarou ao Conselho de Segurança o subsecretário-geral para Operações de Paz das Nações Unidas, Hervé Ladsous. O chefe dos "boinas azuis" afirmou que as condições no local são ainda "muito perigosas" para os militares desarmados que integram a Missão de Supervisão das Nações Unidas na Síria (UNSMIS), relataram fontes diplomáticas do Conselho.
Ladsous informou ao Conselho de Segurança que as condições atuais, em que impera o aumento dos conflitos entre a oposição e as forças do governo de Bashar Assad, não são propícias para retomar as operações suspensas em 16 de junho. Os 300 observadores que a ONU levou à Síria acusam, além da violência, a falta de cooperação de Damasco em assuntos técnicos relacionados às telecomunicações e agora concentram seus esforços em ajudar as organizações humanitárias que trabalham no país.
O chefe da UNSMIS, o general norueguês Robert Mood, justificou a suspensão das operações, há dez dias, dizendo que o aumento da violência limitava sua "capacidade de observar, verificar e informar, assim como de apoiar o diálogo local e os projetos de estabilidade", argumentou.
Ladsous participa hoje de uma reunião a portas fechadas com os membros do Conselho de Segurança e, por videoconferência, com o ex-ministro de Relações Exteriores palestino Nasser al Qudua, adjunto ao enviado especial para a Síria, Kofi Annan, que tenta salvar o plano de paz elaborado para o país.
A atenção se concentra também na possível realização, em 30 de junho em Genebra, de uma conferência sobre a Síria apoiada por Annan e na qual a Rússia já anunciou que estará presente. Esse encontro deve reunir os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia), que já receberam o convite, e os países com influência sobre a região, entre os quais, segundo defendeu o enviado especial, deveria estar o Irã.
No entanto, a reunião está em suspenso, segundo fontes diplomáticas, que afirmaram que as potências ocidentais duvidam de sua efetividade. Além disso, falta consenso quanto aos participantes da reunião, já que a presença de Teerã não agrada aos Estados Unidos nem à Arábia Saudita, entre outros.
Com Efe e AFP
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