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Sistema de segurança mundial deve ser reformulado

Por Agencia Estado
Atualização:

O coordenador da Comissão de Segurança de Vôo do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA), Ronaldo Jenkins de Lemos, avalia que os atentados ocorridos na terça-feira envolvendo aeronaves da United Airlines e American Airlines levarão a uma série de modificações nas normas de segurança em todo o mundo. "As modificações já estão ocorrendo. Haja visto as medidas adotadas pela Federal Aviation Administration (FAA) nos Estados Unidos e, por que não, a fiscalização mais rigorosa que está sendo feita nos aeroportos brasileiros", destaca Jenkins. Jenkins diz não considerar extraordinário o feito dos terroristas, que conseguiram furar a segurança dos aeroportos norte-americanos e seqüestrar quatro aviões. Segundo ele, tanto nos Estados Unidos como no Brasil as autoridades costumam supervisionar com maior vigor os vôos internacionais, não se preocupando muito com os domésticos. "E foram justamente aeronaves que fariam vôos somente em solo norte-americano que eles seqüestraram para o ato terrorista." Prejuízos Segundo o coordenador, os reflexos imediatos dos acontecimentos da última terça-feira em território norte-americano já são sentidos no Brasil, com o cancelamento de 27 vôos que partiriam com destino aos Estados Unidos e com as medidas de segurança adotadas pelo Departamento de Aviação Civil (DAC). "Mas é difícil precisar o que virá. Com certeza as companhias brasileiras terão de arcar com outros prejuízos." Jenkins considera muito provável que as companhias enfrentem mais problemas com a alta do dólar e com o aumento do preço do petróleo. "Sem contar que, depois de uma tragédia como essa, costuma registrar-se uma queda natural no volume de vendas de viagens". DAC Para o coordenador da comissão de segurança, as medidas de cuidados aeroespaciais são fundamentais para garantir a segurança de um vôo, embora não sejam o bastante. "A segurança não está somente nos equipamentos, mas principalmente nas pessoas que você transporta". No dia dos atentados nos Estados Unidos, o Departamento de Aviação Civil anunciou uma fiscalização intensificada nas aéreas aeroportuárias, além da ativação, em parceria com a Infraero, dos centros de operação de emergência dos aeroportos. O DAC ordenou que as companhias suspendessem, em caráter provisório, o despacho remoto de passageiros, restringindo-o apenas a áreas demarcadas nos aeroportos. Além disso, as companhias deveriam intensificar o controle de segurança ao inspecionar tudo o que entrasse nas aeronaves, como provisões, suprimentos e também as pessoas que circulam no interior dos aviões para serviços. Os aeroportos também tiveram a segurança intensificada pela Polícia Federal e pela Secretaria da Receita Federal.

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