PUBLICIDADE

Sistema educacional afegão está em risco, dizem ONGs

Por AE
Atualização:

O progresso feito para garantir que meninas frequentem a escola no Afeganistão está em risco, no momento em que países estrangeiros se preparam para retirar suas tropas dessa nação, advertiu hoje uma coalizão composta por 16 entidades de ajuda. O número de garotas na escola subiu de cinco mil, em 2001, quando o Taleban foi deposto, para 2,4 milhões atualmente, afirma um estudo dos grupos, entre os quais a prestigiosa organização não-governamental (ONG) britânica Oxfam. Apesar disso, muitas garotas não vão à escola frequentemente e são forçadas a deixar as aulas antes do tempo ideal.O estudo nota que muitos doadores enfocam cada vez mais os projetos para conter a insurgência, em vez de destinar verbas para a educação. Em 2014, as tropas e a polícia afegãs devem retomar o controle da segurança do país, com a saída das tropas internacionais. As entidades também temem que a ajuda ao país caia bastante após 2014."O sistema educacional está enfrentando seu maior desafio desde 2001", afirmou Neeti Bhargava, gerente de programas para o Afeganistão da Oxfam. "Nós estamos vendo um recuo em recentes ganhos feitos em levar garotas afegãs jovens e motivadas à escola. Isso é uma perda horrorosa de talento e potencial."Abdul Waheed Hamidy, da ONG afegã Coordenação para a Assistência Humanitária, disse ser crucial que os governos doadores mantenham seu apoio ao desenvolvimento, "especialmente educação", após a saída das tropas estrangeiras.O estudo foi realizado no ano passado, com entrevistas de mais de 1.600 garotas, seus pais e professores em 17 das 34 províncias afegãs. A análise concluiu que os principais obstáculos à educação para as garotas afegãs são a pobreza, casamentos forçados e problemas de segurança. O Taleban frequentemente ataca escolas, ainda que esses atentados tenham diminuído nos últimos meses.O estudo conclui ainda que muitas das meninas na escola recebem uma "educação ruim" por causa de problemas como a falta de professoras e de equipamentos básicos. Apenas 30% dos professores do país são mulheres e a maioria delas trabalha em áreas urbanas, indica o relatório. Isso é particularmente problemático em áreas rurais conservadoras, onde homens raramente ensinam garotas. As informações são da Dow Jones.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.