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Situação de Arafat cada vez mais precária, relata sem-terra

Por Agencia Estado
Atualização:

De dentro do quartel-general do presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, o agricultor gaúcho Mário Lill, integrante do Movimento dos Sem-Terra (MST), disse nesta terça-feira à tarde, em conversa por telefone com representante de uma entidade brasileira, que a situação no QG do líder palestino é cada vez mais "precária". Mas o grupo de 35 pacifistas do qual faz parte está disposto a ficar no quartel-general, onde Arafat permanece confinado, até uma eventual decisão sobre uma intervenção internacional em Ramallah, na Cisjordânia. "A refeição é apenas um pão por dia", relatou Lill à diretora da ONG Rede Social de Justiça e Direitos Humanos Maria Luiza Mendonça. Ele contou que soldados do Exército israelense invadiram hospitais, ameaçaram médicos e mataram feridos palestinos em Ramallah - denúncia negada hoje pelo embaixador de Israel, Daniel Gazit. Em apoio à causa palestina, cerca de 300 trabalhadores sem-terra decidiram iniciar hoje, no início da noite, uma vigília em frente à Embaixada de Israel, em Brasília. "Não há perspectiva para um cessar-fogo. A única solução é uma intervenção internacional", afirmou Lill. Segundo ele, Arafat tem conversado diariamente com os feridos e o grupo de 35 pacifistas procurando demonstrar otimismo. Em entrevista à GloboNews, Lill garantiu que o líder palestino mantém a decisão de rejeitar a proposta feita pelo primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, para que busque exílio no exterior. "Arafat está em contato com líderes mundiais na tentativa de encontrar uma solução", disse o sem-terra gaúcho, cuja foto em que está ao lado de Arafat estampando a bandeira do MST ganhou as páginas dos principais jornais do País na última segunda-feira . O grupo de pacifistas está num quarto localizado ao lado da sala de Arafat. "A delegação tem dificuldades para dormir por causa do frio e do barulho dos disparos durante a noite", diz a nota da ONG. "Não há como o grupo de pacifistas deixar o QG, porque o prédio está cercado". Segundo Maria Luiza, o líder do MST está "assustado" com o clima de tensão no QG e nas ruas de Ramallah.

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