Skype admite monitoração de mensagens na China

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Por Cláudia Trevisan
Atualização:

A companhia Skype, que oferece serviços de telefonia pela internet, reconheceu na quinta-feira que a empresa parceira que fornece seus serviços na China monitora e arquiva mensagens de texto de usuários que contenham expressões classificadas como "sensíveis" por Pequim, entre as quais estão "Tibete", "democracia" e "Partido Comunista". Os textos ficam em arquivos que podem ser acessados por autoridades chinesas e permitem a identificação dos autores. A companhia pediu desculpas e afirmou que desconhecia a prática adotada pela parceira TOM Online. Antes da Skype, outras empresas de internet já haviam enfrentado desgaste em sua imagem por cederem às exigências da censura chinesa. O caso mais grave envolveu o Yahoo!, que forneceu a identidade do jornalista Shi Tao, que enviou por e-mail a um amigo nos Estados Unidos a cópia de um documento do Partido Comunista. Em 2005, Shi Tao foi condenado a 10 anos de prisão por divulgar segredos de Estado a estrangeiro, apesar de não haver nada de secreto no texto. Tanto Yahoo! quanto Google incorporaram a seus sistemas de busca na China filtros que impedem o acesso a páginas proibidas pela censura. Ao mesmo tempo em que construiu a infra-estrutura para expandir o número de internautas, o governo chinês levantou "Grande Muralha de Fogo", uma barreira tecnológica que impede o acesso a sites que contenham informações vistas como perigosas.

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