11 de março de 2014 | 02h05
Snowden disse que a melhor ferramenta para proteção da privacidade é o uso de criptografia, que eleva o custo da espionagem a ponto de quase inviabilizá-la. Em sua primeira participação virtual em um evento nos EUA desde que obteve o asilo na Rússia, ano passado, ele disse ter escolhido falar no SXSW por acreditar que a resposta tecnológica ao monitoramento governamental pode ser mais eficaz que a regulação e supervisão dos órgãos de vigilância.
Aplaudido de pé ao fim de uma hora de conferência, o ex-técnico da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) disse que a criptografia deve ser tratada menos como "magia negra" e mais como uma "proteção básica", que deve estar disponível de maneira automática e simples.
O painel com Snowden teve a participação de Ben Wizner e Christopher Soghoian, da American Civil Liberties Union (ACLU), entidade que atua na defesa dos direitos civis, entre os quais, a privacidade.
Visto como um dos principais "ativistas tecnológicos" dos EUA, Soghoian disse que as revelações de Snowden forçaram a indústria a elevar seus padrões de segurança, mas as soluções ainda não são satisfatórias. "A grande dificuldade da NSA não é como obter dados, mas como analisá-los."
Wizner é advogado de Snowden nos EUA e disse que ambos decidiram que era o momento de o ex-técnico da NSA começar a falar mais em público. O jornalista Glenn Greenwald também participou do SXSW por videoconferência. Como Snowden, ele defendeu a ampliação do uso de programas que coíbam a ação dos serviços de espionagem. "Se todo mundo usar a criptografia, será mais difícil a coleta em massa de dados", declarou.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.