Só Hamas apóia invasão de teatro russo

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O seqüestro de centenas de pessoas no Teatro Dubrovka, em Moscou, suscitou condenações unânimes por parte dos governos de todo o mundo e dos organismos internacionais - com exceção do movimento fundamentalista islâmico Hamas, que apoiou a ação dos guerrilheiros chechenos. A seguir, um resumo das reações. Em sua primeira declaração oficial, o presidente Vladimir Putin denunciou uma "ação planejada" com a ajuda de "centros internacionais de terrorismo islâmico". Segundo Putin, "os fundamentalistas querem semear a discórdia inter-religiosa e inserir uma cunha entre as religiões e os povos da Federação Russa". O presidente dos EUA, George W. Bush, se comunicou por telefone com seu colega russo, Putin, a quem ofereceu ajuda e solidariedade. Um porta-voz da Casa Branca condenou "o terrorismo em todas as suas formas", ressaltando que "nenhuma causa nacional justifica a tomada de reféns inocentes". O presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, falou de uma "situação desesperadora e complexa"; a Presidência dinamarquesa de turno da UE pediu a "imediata libertação de todos os reféns". O secretário-geral da Otan, George Robertson, pediu a libertação de todos os seqüestrados, e disse ao comando checheno que "com a violência não se obtém nenhum resultado". O chanceler do Reino Unido, Jack Straw, ofereceu ao governo russo "o máximo apoio em todos os passos necessários para chegar ao que esperamos - e rezamos para - que seja uma conclusão pacífica". O chefe do governo alemão, Gerhard Schroeder, declarou-se "preocupado" pelo fato de que "centenas de civis se tornaram novamente objetivo do terror e da violência". Bernard Valero, porta-voz da Chancelaria francesa, condenou firmemente o ocorrido: "Este tipo de ação não pode, de modo algum, fazer avançar a causa de quem quer que seja". Pequim emitiu uma "vigorosa condenação". O governo chinês se declarou convencido de que as autoridades de Moscou "saberão resolver o incidente sem recorrer à força". Em Israel, o vice-primeiro-ministro e ex-dissidente soviético Nathan Sharansky destacou que "Israel conhece a chantagem do terrorismo, e por isso apóia a luta da Rússia e propõe esforços conjuntos contra esse inimigo comum". Para o porta-voz da Chancelaria iraniana, Hamid Reza Asefi, "atos de violência similares, assim como o recurso ao uso da força, devem ser rejeitados". O presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, lembrou o papel positivo desempenhado, "primeiro pela União Soviética e, depois, pela Rússia, na busca de uma solução justa de paz para o Oriente Médio", pelo que se solidarizou com Moscou. Quanto ao Hamas, Abdel Aziz Rantissi, porta-voz da organização fundamentalista palestina, definiu o ataque como uma "operação justa", e acrescentou que "quando um país invade o território de outro país, o povo que sofre as violências deve defender-se através de todos os meios à sua disposição".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.