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Sob ataque, Israel endurece resposta e promete reação de longo alcance

Mísseis do Hezbollah atingiram Haifa, a terceira maior cidade do país, deixando 8 mortos; comando militar responsabiliza Síria e Irã

Por Agencia Estado
Atualização:

O conflito entre Israel o Hezbollah chega ao seu quinto dia neste domingo com uma dramática escalada nos enfrentamentos, depois que uma bateria de mísseis lançados por guerrilheiros libaneses deixou oito israelenses mortos na cidade de Haifa, a terceira maior de Israel. Diante do ataque - que chocou a opinião pública israelense e levantou temores de que a capital do país, Tel-Aviv, possa ser o próximo alvo - o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, prometeu uma reação "de longo alcance" para o Hezbollah. No Líbano, a resposta israelense pôde ser sentida pouco tempo após o bombardeio de Haifa. Aviões de guerra voltaram a bombardear os redutos do Hezbollah no sul de Beirute, lançando espessas nuvens de fumaça sobre o céu da capital libanesa. Um dos ataques atingiu a rede de TV Al-Manar, controlada pelo Hezbollah, que saiu do ar por alguns minutos. Ao menos 106 libaneses, a maioria civis, já morreram desde a invasão israelense ao país. Panfletos lançados por aeronaves da Força Aérea israelense sobre o sul do país alertavam os moradores sobre um ataque iminente, e pedia que os civis deixassem a região. Esta foi a maior escalada no conflito desde o começo dos enfrentamentos, na quarta-feira, quando guerrilheiros do Hezbollah invadiram Israel e capturaram dois soldados do exército israelense, matando outros oito militares. Bombardeio a Haifa Nuvens de fumaça encobriram o céu de Haifa e sirenes alertavam a população sobre o risco de novos ataques, enquanto mortos e feridos eram resgatados na terceira maior cidade de Israel. O ataque a Haifa, que deixou oito mortos, elevou o número de baixas no lado israelense para 23 - 11 soldados e 12 civis. Em ataques contra a infra-estrutura, foguetes atingiram a principal refinaria de petróleo, tanques de armazenamento de gás e as ruas de Haifa durante as horas de rush da manhã deste domingo. Temendo que outras cidades possam ser alvos da ofensiva do Hezbollah, autoridades elevaram o nível de alerta na capital Tel-Aviv, no centro do país. Paralelamente, fontes de segurança israelenses acusaram a Síria e o Irã pelo fornecimento do tipo de armamento que atingiu Haifa, ampliando a possibilidade de que o conflito se estenda a outros países da região. Segundo a inteligência israelense, os guerrilheiros, que inicialmente atacaram o norte de Israel com os relativamente pequenos foguetes Katyusha, lançaram contra Haifa ao menos quatro mísseis Fajr, de origem iraniana. Os projéteis, capazes de atingir alvos a 45 quilômetros de distância, possuem explosivos muito mais potentes do que os Katyushas. A acusação gerou uma resposta imediata da Síria, que alertou que qualquer agressão "será respondida direta e fortemente", segundo a agência de notícias oficial do país. Gaza Os combates no Líbano abriram uma segunda frente na guerra entre Israel e militantes islâmicos que se opõe à existência do estado judeu no Oriente Médio. No final de junho, tropas israelenses invadiram a Faixa de Gaza depois que um soldado israelense foi seqüestrado por militantes palestinos. Neste domingo, tropas a apoiadas por tanques de guerra e helicópteros de ataque ampliaram a ofensiva na região, atirando mísseis e trocando tiros com palestinos armados. Três militantes morreram na ação. Ainda assim, em uma coletiva de imprensa, homens mascarados prometeram lançar mais foguetes contra Israel em "solidariedade com os gêmeos de nossa resistência", em uma clara referência ao Hezbollah.

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