
11 de novembro de 2014 | 11h30
PEQUIM - Alguns encontros rápidos entre Barack Obama e Vladimir Putin em uma cúpula da região Ásia-Pacífico realizada na China, nesta terça-feira, 11, ressaltaram o clima tenso das relações entre Estados Unidos e Rússia.
Os dois vão se cruzar duas vezes nesta semana, a primeira em Pequim e a segunda na cúpula do G20 em Brisbane, Austrália, havendo pouca chance de evitar qualquer interação no palco internacional.
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Com as tensões altas especialmente por conta do papel da Rússia no conflito da Ucrânia, houve menos motivo ainda para amenidades nos breves contatos entre Obama e Putin na cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec).
Quando a cúpula foi aberta no grande centro de convenções em um lago nos arredores de Pequim, o presidente chinês, Xi Jinping, caminhou com Obama e Putin, ambos sérios e cada um de um lado do líder chinês.
"É lindo, não é?" disse Putin em inglês para Obama, referindo-se à sala de conferência ornamentada. O presidente americano respondeu com um frio "sim", de acordo com jornalistas que presenciaram a cena.
Os três líderes pararam perante o assento de Xi à mesa. Putin avançou e deu um tapinha no ombro de Obama, que mal respondeu. Eles então sentaram à esquerda e à direita de Xi.
Mais tarde, os presidentes americano e russo foram flagrados em uma conversa rápida, acompanhada por um tradutor, enquanto entravam no saguão para a "foto de família" da convenção.
"Em três ocasiões ao longo do dia, por um total de aproximadamente 15 a 20 minutos, o presidente Obama teve oportunidade de falar com o presidente Putin", disse a porta-voz da Casa Branca, Bernadette Meehan. "As conversas cobriram Irã, Síria e Ucrânia". O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou a realização das conversas, mas não deu detalhes.
Os dois líderes parecem ter muito a discutir, mas pouca chance de encontrar um pensamento comum sobre os assuntos. Além da Ucrânia, eles divergem sobre o apoio da Rússia ao presidente sírio, Bashar Assad.
Comunicando-se principalmente por telefone durante o último ano, os contatos entre os dois foram descritos como tensos, à medida que as relações entre Washington e Moscou chegaram ao pior patamar desde a Guerra Fria.
Obama tem insistido que Moscou pare de apoiar os separatistas pró-Rússia no leste ucraniano, enquanto Putin tem criticado as sanções impostas pelos EUA e pela União Europeia sobre Moscou, dizendo serem contraproducentes. /REUTERS
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