Sobe para 137 os mortos em ataque contra xiitas no Iraque

Onda de violência é um claro sinal de que sunitas retomaram ataques contra xiitas

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Por Agencia Estado
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Ataques suicidas, bombas e a utilização de morteiros em alvos xiitas, em Bagdá e ao norte da capital iraquiana, fizeram desta segunda-feira, um dos dias mais sangrentos do ano. O saldo é desanimador. De acordo com as autoridades iraquianas, pelos menos 137 pessoas morreram e outras centenas estão feridas em decorrência de atentados. A violência, ao que tudo indica, é um claro sinal de que insurgentes sunitas estão empenhados em uma nova campanha de matanças sectárias. O comando militar americano também reportou as mortes de dois Marines, elevando a 27 o número de soldados mortos nos últimos dois dias. Trata-se de um dos piores fins de semana para as tropas americanas desde o início da guerra. A primeira explosão desta segunda-feira ocorreu logo depois do meio-dia, quando um carro bomba estacionado entre vendedores de eletrônicos e de roupas explodiu no mercado de Bab al-Sharqi, entre as praças Tayaran e Tahrir. Trata-se de uma das regiões mais movimentadas da capital. Segundos depois, um carro bomba dirigido por um atacante suicida foi arremessado contra a multidão. Estima-se que cada um dos veículos estivesse carregado com aproximadamente 100 quilos de explosivos. Horas mais tarde, uma bomba seguida por um ataque com morteiros atingiram um mercado na cidade predominantemente xiita de Khalis, 80 quilômetros a norte da capital. Os relatos sobre o possível número de mortos no ataque duplo em Bagdá são conflitantes. Segundo o Ministério da Saúde, ao menos 78 pessoas morreram e 156 ficaram feridas, no que seria o pior ataque suicida em dois meses. Mas, segundo a polícia e fontes hospitalares, o número de vítimas fatais pode chegar a 88. No entanto, o saldo foi ampliado nas últimas horas. Os feridos foram levados a um hospital próximo de al-Kindi, onde os médicos trabalhavam rapidamente para salvar os sobreviventes. Um homem-bomba matou pelo menos 63 pessoas na mesma região no mês passado. O primeiro-ministro Nouri al-Maliki, que é xiita, denunciou o ataque. "Nós condenamos esse crime e prometemos que as forças de segurança irão perseguir todos os envolvidos e levá-los à Justiça", disse o premier em declaração divulgada à imprensa. Caso mais de 78 mortes se confirmem no atentado duplo de Bagdá, este será o ataque mais mortífero desde o dia 23 de novembro, quando militantes suspeitos de pertencerem à Al-Qaeda no Iraque mataram ao menos 215 pessoas com explosões e morteiros na região xiita de Sadr City. O ataque duplo ocorreu horas depois da morte de uma professora que ia trabalhar em uma escola para meninas na área sunita de Khadra, a oeste de Bagdá, informou a polícia. Depois, dois morteiros atingiram uma escola primária em Dora, um perigoso bairro no sul de Bagdá, matando uma mulher que esperava por seu filho. Oito estudantes ficaram feridos, segundo policiais no local.

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