SANAA - Pelo menos 21 pessoas morreram nesta segunda-feira, 19, no Iêmen em confrontos entre tropas fiéis ao governo e militares desertores no centro da capital Sanaa, e outras quatro foram mortas na cidade de Taiz, no sul do país, informaram testemunhas à Agência Efe.
Veja também:
ESPECIAL: A revolução que abalou o Oriente Médio
As testemunhas, que inicialmente calcularam em nove o número de vítimas, não descartam que haja mais mortos, já que os violentos confrontos continuam nas duas cidades, onde há grandes protestos contra o presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh.
Entre as vítimas em Sanaa, há um bebê de sete meses, além de cinco soldados opositores, segundo os últimos dados do hospital de campanha situado na praça Tahrir.
No quartel principal das tropas opositoras e partidárias do general desertor Ali Mohsen al Ahmar, foram ouvidas explosões, como pôde constatar a Efe.
Todas as vítimas de hoje, incluindo os quatro mortos em Taiz, foram baleadas, muitas delas na cabeça. A oposição iemenita acusa o regime de Saleh de utilizar franco-atiradores posicionados em terraços de edifícios para fazer disparos aos manifestantes.
Os choques em Sana começaram na tentativa da Guarda Republicana e de forças de segurança de dispersar grupos de manifestantes que estavam nas cercanias da praça Tahrir e que tentavam seguir em direção ao palácio presidencial.
Em Taiz, os incidentes começaram por motivos similares, já que, segundo testemunhas, os participantes dos protestos contra Saleh tentavam chegar à região do palácio presidencial dessa cidade.
Os enfrentamentos coincidem com a chegada nesta segunda-feira a Sana do enviado especial da ONU ao Iêmen, Gamal bin Omar, para acompanhar a situação no país, segundo a agência oficial de notícias iemenita "Saba".
Desde 27 de janeiro, o Iêmen vive uma revolta popular em prol da saída de Saleh, que está na Arábia Saudita se recuperando dos ferimentos que sofreu em um atentado em junho. Em 12 de setembro, Saleh delegou poder ao vice-presidente, Abdo Rabu Mansur Hadi, para negociar uma transferência pacífica do poder, um gesto que continua sem satisfazer às exigências da oposição.