Sobe para 30 o número de mortos em templo na Índia

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Por Agencia Estado
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Homens fortemente armados invadiram hoje um templo hindu no oeste da Índia e mataram a tiros pelo menos 30 pessoas, informou o vice-primeiro-ministro indiano, Lal K. Advani. Cerca de 45 fiéis ficaram feridos no ataque, ocorrido na cidade de Gandhinagar, no Estado de Gujarat, uma região marcada pela violência religiosa entre hindus e muçulmanos. Advani descreveu a invasão como um "ataque suicida". Ele informou que os "terroristas", armados com granadas e fuzis AK-47, tomaram posições no telhado do templo e continuavam ameaçando horas depois do ataque. "Trinta pessoas estão mortas, entre elas pelo menos seis mulheres e quatro crianças", disse Advani. De acordo com o vice-premier, cerca de 500 fiéis foram retirados do local. Segundo o chefe de polícia de Gandhinagar, R. B. Brahmahatt, centenas de soldados invadiram o complexo religioso e cercaram o principal templo, onde entre 40 e 50 pessoas ainda são mantidas na mira dos dois pistoleiros. Não ficou imediatamente claro se os atacantes têm alguma ligação com as guerrilhas islâmicas que ameaçaram sabotar as eleições de hoje no Estado de Jammu-Caxemira, no norte da Índia. Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado até o momento. Gujarat foi também cenário de vários conflitos religiosos no início deste ano, que deixaram um saldo de pelo menos 1.000 mortos, segundo números do governo. "Vi homens armados dentro (do templo)", disse Balwant Shukwant Patel, de 25 anos, que estava entre um grupo de 65 pessoas que foram resgatadas por forças de segurança depois do início dos disparos. "Estávamos sentados na sombra de uma árvore quando eles começaram a atirar indiscriminadamente. As pessoas começaram a correr para todos os lados". As forças de segurança temem que o ataque de hoje possa causar mais violência religiosa na região, embora nenhum incidente tenha sido registrado imediatamente após a tragédia. Na capital, o responsável pela principal mesquita do país, Syed Ahmed Bukhari, classificou o ataque de anti-muçulmano. "O Islã não permite o assassinato de civis inocentes. Faço um apelo aos muçulmanos e nossos irmãos hindus para que dêem as mãos e lutem contra o terrorismo", afirmou. O Conselho Mundial Hindu, aliado do partido governista Bharatiya Janata, convocou uma paralisação nacional para amanhã em protesto contra o que chamou de "jihad terrorista".

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