Sobe para 396 o número de mortos em navio naufragado na China

No navio viajavam 456 pessoas, a maioria era aposentado com idades entre 50 e 80 anos, que fazia turismo; 14 sobreviveram

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Atualização:

As autoridades da China elevaram neste sábado, 6, para 396 o número de mortos no naufrágio de um navio na última segunda-feira no rio Yang Tsé, enquanto apenas 14 das 456 pessoas que estavam a bordo sobreviveram e 46 permanecem desaparecidas, informou a agência oficial Xinhua.

O número de mortes aumentou de forma considerável depois que as equipes que trabalham no local do acidente conseguiram endireitar o navio nessa sexta.

Equipe endireitoua embarcação para retirada dos corpos das vítimas Foto: Kim Kyung-Hoon/Reuters

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As equipes levaram toda a noite de quinta-feira e também parte de sexta-feira para realizar essa tarefa complicada devido ao estado do rio Yang Tsé, com fortes correntes e pouca visibilidade na água.

No início de sexta-feira, depois que as equipes de resgate endireitaram a embarcação, o governo informou que cerca de 20 corpos tinham sido encontrados, por isso o número de mortos chegou a 103. Durante a última madrugada, mais de 200 corpos foram encontrados, o que elevou o número de mortos para mais de 300. Hoje foram encontrados mais 85 corpos, o que deixa a contagem oficial em 396.

No navio "Estrela Oriental" viajavam 456 pessoas, a grande maioria aposentados que faziam turismo, e apenas 14 sobreviveram à catástrofe, entre elas o capitão e o chefe da casa de máquinas, que conseguiram sair da embarcação antes do naufrágio, depois que a mesma foi supostamente atingida por um tornado.

Até o momento, 46 pessoas continuam desaparecidas, naquele que já é considerado o maior acidente de navegação da China em décadas.

A última tragédia com um número superior de mortos ocorreu em 1948, quando a explosão de um barco a vapor no rio Huangpu, no sudeste do país, matou mais de mil pessoas.

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Após encontrar 14 sobreviventes nas horas seguintes ao naufrágio, as equipes de resgate tentaram socorrer mais pessoas com vida durante os três dias seguintes.

No entanto, iniciaram a manobra para endireitar o navio na quinta-feira, uma operação delicada para a qual tiveram que confirmar que não havia mais ninguém com vida na embarcação. Pouco depois, as autoridades anunciaram que já não esperavam encontrar sobreviventes.

Os familiares dos mortos e desaparecidos lamentaram em diversas ocasiões a falta de informação das autoridades, se queixaram que as mesmas não permitiram que eles falassem com os jornalistas e exigiram ver os corpos de seus entes queridos.

"Queremos ver os corpos de nossos familiares, alguns acham que o governo quer escondê-los. Temos o direito de sepultá-los", protestou Xia Yunchen, irmã mais nova de uma das tripulantes do "Estrela Oriental".

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